Saúde • 09:33h • 05 de agosto de 2025
Whindersson banaliza riscos e confunde “droga” com “remédio”; farmacêuticos soam o alerta
Reações do humorista a usos recreativos de substâncias recebem críticas e reforçam papel fundamental do farmacêutico na orientação e segurança do paciente
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: CFF

As recentes declarações de Whindersson Nunes sobre o uso de substâncias psicoativas continuam gerando polêmica. No podcast de Pamela Magalhães, o humorista relativizou o consumo de drogas ilícitas, comparando o uso de ayahuasca e LSD a medicamentos controlados e ironizando a diferença entre “remédio” e “droga”. A fala foi recebida com duras críticas, especialmente por profissionais da saúde, que alertam para os riscos de se tratar temas complexos com superficialidade.
Embora Whindersson tenha voltado atrás em parte do discurso durante entrevista ao Fantástico, reconhecendo que não pretende incentivar ninguém ao uso e afirmando que “não é uma coisa para se brincar”, a repercussão inicial mostra o perigo de reduzir experiências com substâncias psicoativas à ideia de simples “expansão de consciência”. Na prática, o uso indiscriminado dessas substâncias pode levar à dependência, a efeitos colaterais graves e até à morte.
Enquanto o influenciador fala em “trocar o ritual” para evitar danos, farmacêuticos ressaltam que todo princípio ativo, seja ele natural ou sintético, exige estudo rigoroso. Dosagem, efeitos adversos, interações medicamentosas e indicações clínicas são definidos com base em evidências científicas. Não se trata de opinião, mas de ciência. E improvisar “viagens espirituais” sem acompanhamento técnico é brincar com a saúde pública.
Ao colocar no mesmo patamar drogas recreativas e medicamentos prescritos, o humorista desconsidera as diversas etapas regulatórias que garantem a segurança dos tratamentos: testes clínicos, registros na Anvisa, controle de pureza e planos de farmacovigilância. Já substâncias ilícitas são vendidas sem qualquer controle, expondo o usuário a riscos como contaminação, efeitos imprevisíveis e overdose.
Nesse cenário, o papel do farmacêutico se destaca como essencial. Mais do que dispensar medicamentos, esse profissional orienta, acompanha e protege. Atua na linha de frente da saúde pública, combatendo a automedicação, alertando sobre interações perigosas e acolhendo quem precisa de ajuda, inclusive dependentes químicos que muitas vezes foram levados ao uso por falta de informação.
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