Saúde • 10:24h • 24 de agosto de 2025
Vacina experimental tem resultados promissores contra câncer de pâncreas e colorretal
Imunizante gera respostas imunológicas duradouras e pode reduzir risco de recidiva em pacientes de alto risco
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: Arquivo Âncora1
Uma vacina em fase experimental apresentou resultados encorajadores contra tumores de pâncreas e colorretal, de acordo com pesquisa publicada na revista Nature Medicine. O estudo indica que o imunizante, chamado ELI-002 2P, foi capaz de estimular o sistema imunológico de forma prolongada, contribuindo tanto para a prevenção quanto para a diminuição da reincidência do câncer.
A investigação foi conduzida por especialistas do Jonsson Comprehensive Cancer Center da Universidade da Califórnia – Los Angeles (UCLA) e teve como foco pacientes com mutações no gene KRAS — alterações presentes em cerca de um quarto dos tumores sólidos, além de estarem associadas a 90% dos cânceres de pâncreas e a metade dos colorretais.
O acompanhamento de quase 20 meses mostrou que a sobrevida livre de recidiva foi de 16,33 meses e a sobrevida global mediana chegou a 28,94 meses, índices considerados superiores aos históricos para esse perfil de pacientes.
Segundo o professor Zev Wainberg, que liderou o estudo, os resultados são especialmente significativos para o câncer de pâncreas, marcado por altas taxas de retorno da doença após o tratamento convencional. Ele ressaltou que pacientes que tiveram respostas imunológicas mais fortes permaneceram livres da doença por mais tempo.
Diferentemente das vacinas oncológicas personalizadas, a ELI-002 2P é padronizada e já pronta para uso. O imunizante utiliza uma tecnologia desenvolvida pela Elicio Therapeutics que transporta antígenos diretamente aos linfonodos, região essencial para a ativação das células de defesa do organismo.
Entre os 25 pacientes avaliados, 84% apresentaram ativação de células T específicas para KRAS e, em quase um quarto deles, os biomarcadores tumorais desapareceram. Os dados também indicaram que respostas imunes mais robustas estiveram associadas a maior tempo sem recidiva.
Com base nesses resultados, os pesquisadores agora se preparam para iniciar um ensaio clínico de fase 2, ampliando a investigação sobre a eficácia e a segurança da vacina.
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