Ciência e Tecnologia • 09:43h • 10 de setembro de 2025
USP desenvolve bandejas biodegradáveis com amido e cúrcuma como alternativa ao isopor
Pesquisadores da USP criaram protótipos de bandejas feitas com amido de mandioca e resíduo de cúrcuma. As embalagens se decompõem em menos de um mês e podem substituir o isopor em alimentos perecíveis e fast food
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Guilherme José Aguilar

O isopor, muito usado em embalagens de alimentos, é leve, barato e protege bem o que transporta. Mas também é um problema sério para o meio ambiente: deriva do petróleo, leva séculos para se decompor e pode gerar microplásticos que afetam ecossistemas e a saúde humana.
Buscando uma solução mais sustentável, pesquisadores do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP) desenvolveram bandejas biodegradáveis feitas de amido de mandioca combinado com resíduo de cúrcuma, um subproduto vegetal da extração de pigmento. O resultado são protótipos resistentes, seguros para armazenar alimentos e que se decompõem rapidamente no solo.
Os testes mostraram que, dependendo da proporção dos compostos, as bandejas apresentaram boa resistência mecânica, menor absorção de água e isolamento térmico satisfatório. Apesar de não suportarem altas temperaturas – deterioram a partir de 250 °C –, são adequadas para alimentos perecíveis e refeições prontas consumidas em temperatura ambiente ou refrigerada.
O ponto alto da pesquisa foi o teste de biodegradabilidade. Enquanto as bandejas de amido puro se degradaram em 14 dias e as com resíduo de cúrcuma entre 28 e 31 dias, o isopor não apresentou qualquer sinal de decomposição no mesmo período.
Para o pesquisador Guilherme José Aguilar, responsável pelo estudo, o avanço é promissor: “As bandejas de amido com cúrcuma são obtidas de fontes renováveis, são totalmente biodegradáveis e têm forte potencial comercial em mercados que buscam soluções sustentáveis”.
Os resultados já foram publicados na Journal of Cleaner Production. Agora, os próximos passos incluem testes em escala industrial, avaliação da viabilidade econômica e estudos em contato direto com alimentos. A expectativa é que, no futuro, esse tipo de embalagem possa substituir o isopor em larga escala, trazendo benefícios ambientais e comerciais.
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