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Educação • 08:43h • 06 de maio de 2025

Três em cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais

Pesquisa mostra que nível é o mesmo de 2018

Da Redação com informações de Agência Brasil | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasíli

O indicador classifica as pessoas conforme o nível de alfabetismo com base em um teste aplicado a uma amostra representativa da população. Os níveis mais baixos, analfabeto e rudimentar, correspondem juntos ao analfabetismo funcional.
O indicador classifica as pessoas conforme o nível de alfabetismo com base em um teste aplicado a uma amostra representativa da população. Os níveis mais baixos, analfabeto e rudimentar, correspondem juntos ao analfabetismo funcional.

Cerca de 29% dos brasileiros entre 15 e 64 anos não sabem ler e escrever ou têm habilidades tão limitadas que não conseguem entender pequenas frases, reconhecer números de telefone ou interpretar preços. Esses são os chamados analfabetos funcionais — proporção que se mantém estável desde 2018.

Os dados são do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado na segunda-feira (5), e reforçam a urgência de políticas públicas voltadas à educação e à redução das desigualdades.

Um dos pontos mais preocupantes do levantamento é o aumento do analfabetismo funcional entre os jovens. Em 2018, 14% dos brasileiros de 15 a 29 anos estavam nesse grupo. Em 2024, o índice subiu para 16%. Segundo os responsáveis pelo estudo, a pandemia pode ter contribuído para essa piora, já que muitos estudantes ficaram sem acesso à escola durante o período.

Como é feita a classificação

O Inaf classifica os participantes em cinco níveis de alfabetismo com base em testes aplicados a uma amostra representativa da população. Os níveis mais baixos — analfabeto e rudimentar — compõem o grupo de analfabetos funcionais. Em seguida vem o nível elementar, que representa um letramento básico, e os níveis intermediário e proficiente, que indicam alfabetismo consolidado.

Hoje, a maior parte da população brasileira (36%) está no nível elementar, com capacidade para compreender textos de extensão média e resolver operações matemáticas simples. Outros 35% têm alfabetismo consolidado, sendo que apenas 10% atingem o nível mais alto, o proficiente.

Impacto nas oportunidades

Para Roberto Catelli, da Ação Educativa, uma das organizações responsáveis pela pesquisa, a falta de domínio da leitura e da escrita é uma limitação grave. “Sem políticas públicas eficazes e ações que enfrentem as desigualdades sociais, essa exclusão tende a se perpetuar”, afirma.

O levantamento também mostra que o problema não se restringe a quem está fora do mercado de trabalho. Entre os trabalhadores, 27% são analfabetos funcionais, 34% têm nível elementar e apenas 40% alcançam alfabetismo consolidado.

Mesmo entre os brasileiros com ensino superior ou mais, 12% são considerados analfabetos funcionais — evidência de que o acesso à escola, por si só, não garante domínio da leitura e escrita.

Desigualdades raciais

O estudo também revela desigualdades entre diferentes grupos populacionais. Entre os brancos, 28% são analfabetos funcionais e 41% têm alfabetismo consolidado. Já entre a população negra, esses índices são, respectivamente, 30% e 31%. A situação é ainda mais crítica entre indígenas e pessoas amarelas, com 47% de analfabetismo funcional e apenas 19% com alfabetismo consolidado.

Para Esmeralda Macana, coordenadora do Observatório Fundação Itaú, é preciso acelerar e ampliar as políticas educacionais. “Vivemos em um mundo cada vez mais acelerado e tecnológico. É essencial garantir que crianças e jovens aprendam o que é esperado para cada etapa da educação básica”, defende.

Sobre o Inaf

Realizado após seis anos de interrupção, o Inaf de 2024 ouviu 2.554 pessoas entre 15 e 64 anos, entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país. A margem de erro varia entre dois e três pontos percentuais, com 95% de confiança.

Pela primeira vez, o levantamento incluiu também dados sobre alfabetismo digital. O estudo é coordenado pela Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social, com apoio da Fundação Itaú, Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, Unicef e Unesco.

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