Responsabilidade Social • 14:45h • 27 de setembro de 2025
Transplante: Incompatibilidade de idade, peso ou altura mantém 500 crianças e adolescentes na espera
História de João Victor, de 13 anos, emociona no Dia Mundial da Doação de Órgãos e reforça importância da conscientização
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
Neste sábado, 27 de setembro, Dia Mundial da Doação de Órgãos, o Brasil chama atenção para a realidade de mais de 500 crianças e adolescentes que aguardam na fila por um transplante. Entre elas está João Victor, de 13 anos, que nasceu com cardiopatia congênita e sonha em ter uma vida como a de qualquer outro jovem: andar de bicicleta na rua, jogar bola e compartilhar momentos com os amigos.
A luta de João começou ainda na gestação, quando sua mãe, Patrícia da Silva, descobriu a má-formação cardíaca. Prematuro, nasceu com 32 semanas e, aos 18 dias de vida, já enfrentava a primeira cirurgia. Desde então, cresceu entre internações e consultas, mas sem deixar de lado a rotina escolar. Após anos de tratamentos paliativos, João entrou oficialmente na lista de transplante de coração, acompanhado por uma equipe multidisciplinar que inclui quatro cardiologistas e consultas semanais.
“Cada vez que o telefone toca, a gente pensa: será que é agora? O transplante é a chance de dar ao meu filho uma vida normal, de poder sonhar com o futuro”, relata Patrícia.
Fila infantil por transplante
Segundo o Ministério da Saúde, até 22 de setembro de 2025 foram realizados 416 transplantes em crianças e adolescentes de 0 a 17 anos. No entanto, 560 ainda aguardam por um órgão, com maior incidência na faixa etária de 11 a 17 anos (275 casos). Os órgãos mais demandados são rim, fígado e coração. As filas mais longas estão em São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais.
Número de transplantes realizados em 2025 (até 22/09):
- Até 1 ano: 42
- De 1 a 5 anos: 68
- De 6 a 10 anos: 80
- De 11 a 17 anos: 226
Desafios da compatibilidade
O cardiologista pediátrico Bruno Hideo Saiki explica que a compatibilidade entre idade, peso e altura é um dos maiores obstáculos na doação infantil. “Uma criança de 10 kg pode receber um coração de um doador entre 10 e 20-25 kg, mas cada caso precisa ser avaliado com muito critério”, afirma.
Ele reforça que o transplante devolve qualidade de vida e que é necessário sensibilizar a população para enxergar a doação como um ato de solidariedade. “Após o procedimento, a criança pode praticar qualquer atividade física, até mesmo maratonas, desde que siga corretamente o tratamento e os cuidados médicos”, acrescenta.
Transforme-se: a força da doação
A campanha Transforme-se, lançada neste Dia Mundial da Doação de Órgãos, busca dar voz às famílias que enfrentam a espera. A história de João Victor é um dos exemplos que simbolizam a esperança de centenas de crianças e adolescentes que aguardam por uma nova chance de viver.
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