Educação • 14:15h • 05 de agosto de 2025
Transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental exige acolhimento e continuidade
Mudança de etapa escolar pode gerar insegurança nas crianças e deve ser conduzida com escuta ativa, vínculo afetivo e parceria entre escola e família
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Betini Comunicação | Foto: Arquivo/Âncora1

A passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental é um dos marcos mais significativos no percurso escolar das crianças. Mais do que uma mudança de sala ou professores, essa transição pode provocar sentimentos de ansiedade, medo e insegurança, especialmente pela percepção — muitas vezes reforçada por adultos — de que o novo ciclo exigirá um comportamento mais “maduro” e menos lúdico.
Para Mariana Melhado, coordenadora pedagógica da Escola Gracinha, a forma como o 1º ano do Ensino Fundamental é apresentado influencia diretamente o estado emocional da criança. “Comentários como ‘agora acabou a brincadeira’ contribuem para criar barreiras emocionais. É preciso cuidado para não gerar uma percepção negativa sobre o que está por vir”, afirma.
A preservação de elementos vivenciados na Educação Infantil, como o brincar, o acolhimento e a escuta ativa, é fundamental para que a transição aconteça de forma fluida. A professora Tatiana Laviola, também da Escola Gracinha, destaca que o brincar continua tendo papel central na nova etapa. “É preciso desconstruir a falsa ideia de que a escola deixará de ser um espaço de afeto e ludicidade. O brincar permanece, agora com outras intencionalidades pedagógicas”, explica.
Do ponto de vista prático, a escola tem papel decisivo em promover uma transição gradual e cuidadosa, com atividades como rodas de conversa, visitas às salas do 1º ano e integração entre as equipes pedagógicas. Mariana reforça que escutar os medos e dúvidas dos alunos sem minimizar seus sentimentos é um passo essencial para a adaptação.
Outro aspecto relevante é o respeito ao ritmo individual de aprendizagem. “Na Educação Infantil, incentivamos que as crianças se sintam seguras ao experimentar a linguagem escrita. Esse processo continua no 1º ano com práticas significativas, como escrever listas ou bilhetes, que mantêm vivo o prazer pela escrita”, explica Tatiana.
A parceria com as famílias também é parte central desse processo. Quando pais e responsáveis se sentem acolhidos, conseguem transmitir mais tranquilidade às crianças. “A escola precisa reconhecer o papel da família nesse momento de mudança e oferecer suporte para que ela contribua com segurança emocional”, conclui Mariana.
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