Variedades • 14:30h • 21 de setembro de 2025
Sinais de vida em Marte? Descoberta da Nasa anima comunidade científica
Sessenta anos após a missão Mariner 4, que levou as primeiras imagens do planeta vermelho, a Nasa anunciou possíveis bioassinaturas em rochas analisadas pelo rover Perseverance. A brasileira Rosaly Lopes, cientista da agência, explica por que o achado é promissor, mas ainda não conclusivo
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Arte Nasa
Sessenta anos depois da Mariner 4, primeira missão a registrar imagens de Marte, a exploração do planeta vermelho pode estar prestes a dar um salto histórico. A Nasa anunciou, no último dia 10, a detecção de possíveis bioassinaturas em uma rocha localizada na cratera de Jezero, analisada pelo rover Perseverance.
A rocha, batizada de Chevaya Falls, contém uma combinação de minerais e material orgânico semelhante a microfósseis. Segundo os cientistas, eles podem ter resultado do metabolismo de microrganismos que viveram ali há bilhões de anos, quando rios e lagos corriam pela região.
O anúncio só veio a público após revisão por pares e publicação na revista Nature, o que reforça a relevância da descoberta. No entanto, os resultados não são conclusivos. Ainda há a possibilidade de que os vestígios tenham origem abiótica, ou seja, decorrente de reações químicas sem relação com vida.
A astrônoma brasileira Rosaly Lopes, vice-diretora de Ciências Planetárias do Jet Propulsion Laboratory da Nasa, destaca que a confirmação só poderá ocorrer quando as amostras chegarem à Terra.
“As análises feitas pelo robô são limitadas. Para realmente provar que há sinais de vida, é preciso estudar esse material em laboratórios terrestres”, explicou à Agência Brasil.
Segundo o administrador interino da Nasa, Sean Duffy, a missão de resgate das amostras depende de orçamento, tecnologia e tempo de execução.
Corrida espacial
A disputa pela busca de vida fora da Terra envolve também China, Índia e Rússia, que desenvolvem suas próprias missões. Para Rosaly Lopes, a questão central segue em aberto: “Estamos sós nesta imensidão?”
Entre as próximas iniciativas, está a missão Dragonfly, um “superdrone” que deve sobrevoar Titã, lua de Saturno, a partir de 2028. Outro projeto em andamento é a missão Psyche, lançada em 2023, que estuda um asteroide metálico.
Já a missão Artemis II, prevista para 2026, levará a astronauta Cristina Koch para sobrevoar a Lua, um marco para a representatividade feminina nas ciências espaciais.
Por fim, Rosaly destacou também o impacto do telescópio James Webb, lançado em 2021:
“Foi uma história incrível de sucesso. As imagens reveladas mudaram nossa forma de enxergar o Universo e mostraram que valeu a pena cada centavo investido”, disse.

Imagens coloridas do Telescópio Espacial James Webb da NASA - Nasa/divulgação
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