Saúde • 07:39h • 09 de setembro de 2025
Setembro em Flor reforça esperança para mulheres na maternidade mesmo em tratamento contra câncer
Com congelamento de óvulos e técnicas como a braquiterapia, pacientes em idade fértil podem manter planos de ter filhos mesmo diante do tratamento oncológico
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Sensu Comunicação via SBRT | Foto: Divulgação

Receber o diagnóstico de câncer ginecológico em idade fértil representa um desafio que vai além da saúde. O temor de perder a possibilidade de ser mãe acompanha muitas mulheres nesse momento delicado. No entanto, os avanços da radioterapia oferecem alternativas para preservar a fertilidade, como o congelamento de óvulos antes do início das sessões.
Segundo a médica radio-oncologista Nilceana Freitas, membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), já é possível combinar eficácia no tratamento com a preservação dos planos reprodutivos. “Hoje há recursos para oferecer tratamento eficaz sem, necessariamente, interromper o sonho da maternidade”, explica.
Cenário do câncer ginecológico no Brasil
Dados da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC/OMS) apontam que o câncer de colo do útero é o mais frequente entre os tumores ginecológicos no mundo, seguido pelos de endométrio e ovário. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima para 2025 cerca de 17 mil novos casos de câncer de colo de útero, 7,8 mil de endométrio e 7,3 mil de ovário.
Um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology mostra que, entre mulheres com menos de 40 anos diagnosticadas com câncer ginecológico, metade dos casos são de tumores do colo do útero. Nessas situações, a cirurgia com preservação da fertilidade é indicada apenas em fases iniciais. Nos demais casos, a radioterapia, em especial a braquiterapia, torna-se o principal recurso terapêutico.
Braquiterapia: precisão no combate à doença
A braquiterapia consiste na aplicação de radiação diretamente no tumor ou em áreas próximas, com auxílio de aplicadores. Quando associada à radioterapia externa, aumenta as chances de remissão em casos de doença localmente avançada. O planejamento em 2D e 3D permite maior precisão, concentrando a radiação no alvo e reduzindo impactos em tecidos saudáveis.
Embora eficaz, o tratamento pode gerar efeitos colaterais, como incontinência urinária, ressecamento vaginal e disfunção sexual. Por isso, especialistas reforçam a importância do acompanhamento multiprofissional, incluindo fisioterapia ginecológica, para minimizar riscos e preservar a qualidade de vida.
Qualidade de vida e maternidade possível
O Setembro em Flor, campanha de conscientização sobre os cânceres ginecológicos, reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Mais do que aumentar as chances de cura, o objetivo é preservar o futuro reprodutivo das mulheres.
“A conscientização é fundamental não apenas para vencer a doença, mas para manter a esperança de construir uma família após o tratamento”, afirma Nilceana Freitas.
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