Mundo • 19:35h • 22 de julho de 2025
Segurança ainda é negligenciada em eventos, mesmo após tragédias históricas
Casos como a Boate Kiss e o desabamento de uma casa noturna na República Dominicana mostram que negligências continuam custando vidas em festas e shows
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Abrafesta | Foto: Divulgação

A segurança em eventos permanece como uma das maiores fragilidades do setor, mesmo após tragédias que deixaram marcas profundas. Incidentes como o da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que tirou a vida de 242 pessoas, e o colapso do teto de uma boate na República Dominicana, que matou mais de 180 pessoas, são lembranças duras de que falhas estruturais, falta de prevenção e despreparo diante de emergências continuam sendo problemas reais.
Esses episódios não foram acasos. Foram resultados de escolhas e prioridades equivocadas. E o mais preocupante é que, apesar do impacto que causaram, muitos eventos ainda são organizados com base na lógica do improviso, na ausência de protocolos eficazes e na ideia de que “nada vai acontecer”.
A estrutura de um evento vai muito além do palco e da iluminação. Envolve planejamento de evacuação, análise de riscos, equipamentos de combate a incêndio, saídas de emergência sinalizadas, acessibilidade e capacitação de equipes. Em muitos casos, porém, esses itens são vistos como burocracia ou custo desnecessário e não como ferramentas que salvam vidas.
Especialistas em gestão de risco alertam que ainda hoje, em muitos eventos, a segurança é tratada como um apêndice da produção, inserida tardiamente ou mal executada. A cultura de prevenção ainda engatinha, mesmo com os exemplos trágicos do passado.
A lição que fica é: segurança não pode ser secundária. Ela deve ser o ponto de partida de qualquer evento, independentemente do porte, público ou local. Checklist técnico, capacitação em primeiros socorros, plano de contingência e responsabilidade compartilhada são medidas que não apenas evitam desastres, mas também demonstram respeito ao público e aos profissionais envolvidos.
A transformação definitiva no setor só virá quando deixar de ser preciso uma tragédia para que o básico seja feito.
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