Variedades • 19:43h • 15 de agosto de 2025
Reformar ou demolir? Veja quando cada opção é mais vantajosa para o seu imóvel
Arquiteto Paulo Tripoloni aponta critérios técnicos, financeiros e estéticos para escolher entre preservar ou reconstruir uma casa
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da DC33 Assessoria | Foto: Divulgação
A compra de uma casa é, para muitos, a realização de um sonho, mas também levanta uma questão que desafia proprietários e profissionais: vale mais a pena reformar ou demolir e construir do zero? Segundo o arquiteto Paulo Tripoloni, a resposta não é única e depende de uma análise cuidadosa, que envolve desde a avaliação estrutural até aspectos financeiros, ambientais e estéticos.
Tripoloni explica que, embora exista a percepção de que reformar seja sempre mais barato, em muitos casos reforçar uma estrutura antiga pode custar mais caro e ser menos eficiente que uma nova construção. Ele destaca que a demolição, quando bem planejada, deve ser vista como etapa de reconstrução e não como destruição sem propósito. Antes de qualquer definição, é essencial contratar um arquiteto ou engenheiro para diagnosticar o estado da estrutura, identificando problemas como fissuras, fundações frágeis ou modificações indevidas que possam comprometer a segurança.

Neste sobrado, Paulo apostou numa reformulação moderna para uma residência de vila portuguesa. A fachada foi preservada com a esquadria de ferro, porta original e os balaústres de concreto | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Adriano Escanhuela
A infraestrutura também pesa na decisão. Em imóveis antigos, é comum que instalações hidráulicas e elétricas precisem ser totalmente substituídas para atender às demandas atuais, que incluem eletrodomésticos de alta potência, automação e integração com energia solar. Paulo lembra que reformas podem esconder imprevistos que prolongam prazos e elevam custos, enquanto uma demolição, partindo de uma base nova, oferece maior previsibilidade e menos riscos de atraso.
Para o arquiteto, a demolição se torna mais vantajosa quando há comprometimento estrutural grave, infraestrutura obsoleta e um layout tão ultrapassado que exigiria uma intervenção interna pesada. Se o custo dessas mudanças ultrapassa 60% do valor de uma construção nova, reconstruir pode ser a opção mais lógica. No entanto, ele reforça que toda demolição exige licença da prefeitura e, em imóveis tombados ou de valor histórico, o processo é ainda mais rigoroso.

Reaproveitar materiais da obra, como madeiras, telhas e até tijolos, reduz a geração de resíduos. Em reformas, elementos originais como portas, pisos ou esquadrias podem ser preservados, valorizando a história do imóvel | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Adriano Escanhuela
Reformar, por outro lado, é indicado quando a estrutura está em boas condições ou quando existe valor histórico e afetivo a ser preservado. Elementos originais como pisos, portas e fachadas podem ser mantidos, reduzindo a geração de resíduos e conferindo personalidade ao projeto. Nesse caso, o desafio é integrar as memórias e características originais do imóvel às necessidades da vida contemporânea.
Tripoloni finaliza alertando que pressa e decisões precipitadas podem levar a erros caros. Planejamento detalhado, análise técnica e visão estratégica são fundamentais para garantir que a obra atenda plenamente às necessidades e expectativas de quem vai viver no espaço.
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