Variedades • 18:29h • 22 de agosto de 2025
Redes sociais impulsionam cirurgias plásticas em jovens e acendem debate
Especialistas destacam riscos emocionais, influência das redes sociais e necessidade de avaliação criteriosa antes de procedimentos em menores
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da RTA | Foto: Arquivo/Âncora1

O número de adolescentes que buscam cirurgias plásticas tem aumentado de forma significativa no Brasil, chamando a atenção de médicos, psicólogos e autoridades. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), cerca de 10% dos procedimentos realizados no país envolvem jovens entre 13 e 19 anos. A tendência é impulsionada pela exposição nas redes sociais e pela pressão para alcançar padrões estéticos.
Para especialistas, a questão vai além da aparência e envolve saúde mental, desenvolvimento físico e aspectos legais. O cirurgião plástico Hugo Sabath, da Clínica Libria, explica que o corpo e as emoções ainda estão em formação nessa fase, o que exige cautela. “O adolescente ainda está em fase de desenvolvimento, física e emocionalmente. Procedimentos cirúrgicos nesse período exigem análise cuidadosa, pois podem impactar autoestima e imagem corporal de forma duradoura”, afirma.
A pressão social e o consumo constante de conteúdos digitais ampliam a insatisfação com o próprio corpo. Segundo Sabath, a comparação com celebridades e influenciadores cria expectativas irreais que, em alguns casos, podem gerar transtornos como dismorfia corporal, ansiedade e até depressão. Psicólogos reforçam que a cirurgia plástica não deve ser vista como solução emocional e que, em muitos casos, pode até agravar fragilidades psicológicas já existentes.
Do ponto de vista legal, o Conselho Federal de Medicina (CFM) determina que procedimentos estéticos em adolescentes só podem ocorrer com autorização dos pais ou responsáveis, além de avaliação criteriosa dos riscos físicos e emocionais. Em situações reparadoras, como correções de malformações ou sequelas de acidentes, há maior flexibilidade, mas ainda assim é exigido acompanhamento multidisciplinar.
Orientações de especialistas
Entre as orientações destacadas por especialistas estão a necessidade de avaliação psicológica, consulta médica detalhada, acompanhamento por diferentes profissionais de saúde e o consentimento formal da família. O objetivo, ressaltam, é priorizar a segurança e o bem-estar do adolescente, antes de qualquer decisão cirúrgica.
Embora as intervenções plásticas possam, em alguns casos, contribuir para a autoestima, os profissionais reforçam que a responsabilidade ética e psicológica deve prevalecer. Para Sabath, a prioridade é apoiar os jovens no fortalecimento da autoconfiança e na adoção de hábitos saudáveis, evitando decisões precipitadas influenciadas por pressões externas.
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