Saúde • 12:04h • 17 de dezembro de 2025
Postura ao usar o celular pode sobrecarregar a cervical em até 27 kg
Especialistas alertam que a postura de cabeça baixa pode acrescentar mais de 25 kg de pressão na cervical e já impacta crianças e adolescentes
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Doisces Assessoria | Foto: Divulgação
O tempo excessivo diante do celular vem produzindo efeitos diretos na saúde da coluna no Brasil, país que figura entre os líderes globais em uso de telas. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, do IBGE, já indicavam que cerca de 1 em cada 5 adultos convive com dor crônica nas costas. Especialistas apontam que o cenário se intensificou nos últimos anos com a consolidação de hábitos digitais que mantêm a cabeça inclinada por longos períodos, fenômeno conhecido como “text neck”.
Segundo Wolney Haas, cofundador e CEO da Sou Coluna, clínica especializada em tratamentos da coluna, a sobrecarga cervical deixou de ser um problema pontual e passou a ter contornos de saúde pública. Ele afirma que cresce o número de adolescentes e jovens adultos com dor intensa, rigidez e alterações posturais significativas, quadros antes mais comuns em faixas etárias mais elevadas.
Levantamento do Spine Institute of San Diego aponta que inclinar a cabeça para olhar o celular pode elevar a carga sobre a coluna cervical para até 27 kg, peso comparável ao de uma criança de cerca de seis anos apoiada no pescoço. No Brasil, médicos e quiropratas relatam aumento consistente de atendimentos a pacientes jovens com sintomas relacionados ao uso prolongado do smartphone.
A alteração postural não se limita à região do pescoço. De acordo com especialistas, a cabeça projetada para frente provoca rotação dos ombros, reduz a mobilidade da caixa torácica e pode interferir no padrão respiratório e até na qualidade do sono. A Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, aponta que a hipercifose torácica, postura curvada comum em quem passa horas no celular, pode reduzir a capacidade pulmonar em até 30%.
Crianças e adolescentes formam o grupo mais exposto aos riscos, já que a coluna ainda está em desenvolvimento. Estudos internacionais indicam que jovens entre 10 e 19 anos têm risco 45% maior de desenvolver dor cervical quando utilizam o smartphone por mais de três horas diárias. Clínicas especializadas confirmam a expansão de diagnósticos associados a esses hábitos digitais.
Para Wolney Haas, o corpo costuma emitir sinais antes que lesões mais graves se instalem. Ele ressalta que identificar desconfortos precocemente e buscar avaliação especializada são medidas essenciais. A prevenção, segundo o especialista, reduz riscos, evita tratamentos prolongados e contribui para a longevidade da coluna em um contexto de uso cada vez mais intenso de dispositivos móveis.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Ciência e Tecnologia
Paralisação completa do 3I/Atlas intriga cientistas e realinhamento aponta para novo comportamento
Registros confirmados por observatórios independentes em três continentes mostram desaceleração em microetapas, parada total e ajuste direcional incomum, ampliando questionamentos sobre a natureza do visitante interestelar
Ciência e Tecnologia
3I/ATLAS surpreende e se aproxima da esfera de Hill de Júpiter com precisão inédita