Responsabilidade Social • 19:25h • 07 de setembro de 2025
Por que os tutores de pets não são mais chamados de donos
Mudança de conceito reflete o reconhecimento dos animais como seres sensitivos, capazes de sentir emoções e estabelecer vínculos afetivos
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Arquivo/Âncora1
Nas últimas décadas, o vocabulário em torno da relação entre pessoas e animais de estimação mudou. Se antes era comum ouvir a expressão “dono de cachorro” ou “dono de gato”, hoje o termo adotado é “tutor”. Essa transformação não é apenas uma questão de linguagem, mas de consciência sobre o papel dos animais na sociedade e na vida das famílias.
A palavra “dono” está relacionada à posse de objetos e coisas inanimadas — como carros, casas, celulares ou qualquer item material. Já os animais, classificados como seres sensitivos, não podem ser tratados da mesma forma. Ser sensitivo significa ser capaz de sentir, reagir e demonstrar emoções.

O que caracteriza um ser sensitivo?
Os animais expressam sentimentos de diversas maneiras, como:
- Alegria: abanar do rabo, miados e brincadeiras;
- Medo ou defesa: postura arisca, pelos arrepiados, rosnados;
- Dor e sofrimento: sinais de apatia, gemidos ou recusa de alimento;
- Carinho e vínculo: aproximação, busca por contato e fidelidade ao tutor.
Esses exemplos demonstram que cães, gatos e outros pets não são “coisas”. Eles têm necessidades emocionais, sofrem, sentem fome, alegria e afeto.

De posse para cuidado
Por isso, usar o termo tutor reflete uma relação de responsabilidade e acolhimento. O tutor não é dono de um ser vivo, mas sim responsável por sua proteção, saúde, alimentação e bem-estar. Ele exerce uma função semelhante à de um guardião: alguém que garante qualidade de vida e integra o animal como membro da família.
A mudança de linguagem acompanha um avanço social e jurídico. Em diversos países, inclusive no Brasil, cresce o reconhecimento dos animais como sujeitos de direitos, reforçando que eles não podem ser reduzidos à categoria de objetos.

Mais do que uma palavra, chamar alguém de tutor e não de dono significa assumir uma postura ética e respeitosa diante da vida animal. É reconhecer que quem cuida divide sentimentos, não propriedade.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Mundo
Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda
Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo
Ciência e Tecnologia
Nova anomalia no 3I/ATLAS levanta hipótese inédita de mecanismo artificial no espaço