Variedades • 15:05h • 19 de dezembro de 2025
Por que dezembro concentra mais conflitos entre casais e afeta crianças e adolescentes
Sobrecarga emocional, pressão financeira e convivência intensa tornam o fim do ano um período de maior instabilidade dentro de casa
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Lara Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
O mês de dezembro costuma registrar um aumento significativo de conflitos entre casais, impulsionado por uma combinação de fatores emocionais, financeiros e familiares. Segundo o psicólogo Danilo Suassuna, doutor em Psicologia e diretor do Instituto Suassuna, o encerramento do ano funciona como um amplificador de tensões acumuladas ao longo dos meses, afetando diretamente o ambiente doméstico e o bem-estar de crianças e adolescentes.
De acordo com o especialista, cobranças financeiras, frustrações profissionais, expectativas em torno das festas e maior tempo de convivência dentro de casa criam um cenário propício para conflitos. “O fim do ano atua como uma lupa emocional. Questões que vinham sendo administradas ganham intensidade, especialmente quando o casal já está fragilizado”, explica.
Tempo, pressão social e econômica
Estudos na área de saúde mental apontam que períodos de maior pressão social e econômica estão associados ao aumento da irritabilidade, queda na qualidade do sono e dificuldade de comunicação entre adultos. No fim do ano, esses fatores se sobrepõem às férias escolares e à reorganização da rotina familiar, reduzindo espaços de descanso emocional.
Com mais tempo juntos e menos pausas, divergências tendem a emergir com maior frequência. Segundo Suassuna, esse ambiente impacta diretamente crianças e adolescentes, que percebem mudanças no clima familiar mesmo quando os conflitos não são explícitos. “A casa se torna emocionalmente ruidosa, e os filhos absorvem isso”, afirma.
Pesquisas sobre saúde mental infantojuvenil indicam que a exposição a ambientes instáveis está associada a maior incidência de ansiedade, irritabilidade e dificuldades de regulação emocional. No caso dos adolescentes, as transformações hormonais típicas da fase aumentam a vulnerabilidade às tensões familiares. “Eles percebem alterações no tom de voz, no distanciamento e nas discussões veladas, o que afeta humor, concentração e senso de pertencimento”, explica o psicólogo.
Em crianças menores, os sinais costumam aparecer de forma indireta, como regressões comportamentais, alterações no sono, choro frequente e maior demanda por atenção. Esses comportamentos, segundo o especialista, são formas de comunicação emocional e não devem ser interpretados como indisciplina.
Expectativas alimentam tensões
Outro fator que intensifica os conflitos é a idealização das festas de fim de ano. A expectativa de harmonia familiar, reforçada por redes sociais e tradições culturais, pode dificultar conversas honestas e a busca por ajuda. Para Suassuna, essa pressão silenciosa tende a agravar o sofrimento emocional, especialmente entre jovens.
Como forma de proteção, o especialista destaca a importância de alinhar expectativas entre os adultos, organizar responsabilidades práticas, criar pausas reais de descanso e preservar rotinas básicas para os filhos. “O que protege crianças e adolescentes não é a ausência de conflitos, mas a previsibilidade emocional e a forma como os adultos lidam com as dificuldades”, afirma.
Ele reforça que buscar apoio psicológico, individualmente ou em casal, deve ser visto como uma estratégia preventiva. “Cuidar da saúde mental é cuidar da qualidade das relações e do ambiente em que crianças e adolescentes se desenvolvem”, conclui.
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