Ciência e Tecnologia • 08:06h • 19 de setembro de 2025
Pesquisadora da Unesp Assis cria alimento híbrido com células animais e vegetais usando impressão 3D
Estudo publicado na Nature Communications reúne Harvard, Singapura e Unesp de Assis e abre caminho para produção personalizada de alimentos sem criação ou abate de animais
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Unesp | Foto: Divulgação
Um experimento internacional uniu pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard, da Universidade de Tecnologia e Design de Singapura e da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Assis, para desenvolver alimentos híbridos produzidos em laboratório a partir de células animais e vegetais com impressão 3D. Os resultados foram publicados em julho na revista Nature Communications.
A pesquisa foi conduzida em 2022, durante o doutorado sanduíche da brasileira Camila Yamashita, formada em engenharia biotecnológica pela Unesp de Assis. O estudo combinou técnicas de impressão 3D com a chamada “agricultura celular”, área que explora o cultivo de células para produzir carnes e outros produtos sem a necessidade de rebanhos ou abatedouros.

O diferencial do trabalho está em integrar três frentes de pesquisa: impressão 3D de alimentos, produção híbrida de ingredientes vegetais e animais e desenvolvimento de biotintas a partir de células cultivadas in vitro. O processo permite criar alimentos customizados, com doses específicas de proteínas, vitaminas ou menor teor de gordura.
No experimento, os cientistas produziram duas biotintas: uma à base de microalgas (Chlamydomonas e Chlorella) e outra de células musculares de frango cultivadas em laboratório. Entre os testes realizados, foram impressos fios de macarrão, além de formatos mais complexos como uma coxa de frango e um donut. O objetivo era avaliar a viabilidade mecânica, a preservação da estrutura e a possibilidade de personalizar textura e composição nutricional.
Segundo Yamashita, a expectativa é que, no futuro, alimentos possam ser desenvolvidos de forma individualizada, atendendo necessidades nutricionais específicas. O avanço, além de reduzir a dependência de cultivos e criações intensivas, pode contribuir para a sustentabilidade da produção alimentar em um cenário de crescimento populacional global.
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