Saúde • 08:32h • 02 de agosto de 2025
Novo perfil do câncer de pulmão: 1 em cada 4 casos ocorre em quem nunca fumou
Especialistas apontam aumento expressivo de casos entre pessoas sem histórico de tabagismo; poluição, genética e fatores ambientais estão entre os principais vilões
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Digital Trix | Foto: Divulgação

Durante décadas, o câncer de pulmão esteve atrelado quase exclusivamente ao consumo de cigarro. No entanto, dados recentes revelam um cenário mais complexo: ao menos 1 em cada 4 pacientes diagnosticados com a doença nunca fumou. Esse novo perfil desafia antigos paradigmas e levanta uma importante discussão sobre rastreamento, diagnóstico precoce e estigma.
O oncologista William William, referência nacional na área de tumores torácicos, alerta que o aumento dos casos em não fumantes, sobretudo em mulheres, exige uma revisão urgente das diretrizes de saúde pública. Ele explica que muitos pacientes sequer são considerados de risco, o que atrasa a investigação médica. "Os sintomas se confundem com outras doenças respiratórias e, quando o diagnóstico vem, o câncer já está em estágio avançado", afirma.
Entre os fatores que contribuem para o surgimento da doença em pessoas sem histórico de tabagismo estão a poluição atmosférica, predisposição genética, exposição ao fumo passivo, vapores de óleo de cozinha e até substâncias tóxicas presentes em medicamentos tradicionais. Estudos internacionais revelam que essas condições podem provocar mutações genéticas capazes de acelerar o desenvolvimento de tumores mesmo em organismos considerados saudáveis.
No Brasil, o INCA projeta mais de 32 mil novos casos em 2025, sendo ao menos 6 mil em não fumantes. Mesmo assim, o rastreamento por tomografia de baixa dose ainda é restrito a quem fumou por longos períodos.
Para especialistas, o país precisa seguir exemplos como os de Taiwan e Estados Unidos, que já conduzem testes em populações não fumantes com histórico familiar da doença. O desafio agora é romper com a ideia ultrapassada de que o cigarro é o único responsável e, sobretudo, garantir que mais vidas não sejam perdidas por falta de informação e protocolos adequados.
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