Responsabilidade Social • 16:31h • 20 de dezembro de 2025
Natal e Ano Novo podem intensificar o luto; veja como atravessar as festas com acolhimento emocional
Psicóloga explica por que rituais, acolhimento emocional e atenção aos sinais de alerta ajudam a lidar com a dor nas festas de fim de ano
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Textual Comunicação | Foto: Divulgação
O período de festas costuma ser associado a encontros, celebrações e memórias afetivas. Para quem vive o luto pela perda de alguém importante, no entanto, o Natal e o Ano Novo podem intensificar sentimentos de saudade, tristeza e solidão, tornando esse momento emocionalmente mais difícil do que em outras épocas do ano.
Dados ajudam a dimensionar esse impacto. Um estudo da IKEA indica que 49,3% das pessoas relatam estresse durante as festas de fim de ano, enquanto 24,6% afirmam vivenciar problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, nesse período. Entre pessoas enlutadas, esses sentimentos tendem a se manifestar com ainda mais intensidade, especialmente diante de datas carregadas de simbolismo e expectativa social de alegria.
Mais do que lembrar a perda, o fim do ano convida à reflexão sobre vínculos, histórias compartilhadas e o significado da ausência. Pequenos gestos podem ajudar a atravessar esse momento de forma mais respeitosa com a própria dor, como acender uma vela, colocar uma foto à mesa, mencionar o nome de quem partiu, preparar um prato que a pessoa gostava ou compartilhar lembranças durante a ceia.
Segundo especialistas em Psicologia, o primeiro passo é reconhecer e legitimar os próprios sentimentos. O luto não segue um roteiro fixo nem um prazo determinado. Cada pessoa vive esse processo de forma única, e datas simbólicas podem reativar emoções relacionadas a perdas recentes ou antigas, algo considerado absolutamente natural.
A psicóloga Priscilla Rodrigues, professora da Universidade São Judas, explica que, durante as festas, a ausência tende a se tornar mais evidente. “Está tudo bem sentir saudade, desejar que a pessoa ainda estivesse aqui e permitir que risadas e lágrimas coexistam. Reconhecer a falta é parte do caminho para seguir em frente, mesmo sem a presença física de quem amamos”, afirma.
O papel dos rituais e das tradições no processo de luto
Manter tradições e rituais tem um papel psicológico importante para quem enfrenta o luto. Esses gestos funcionam como formas simbólicas de continuidade do vínculo, ajudando a organizar emocionalmente a experiência da perda e reduzindo o sentimento de isolamento, comum nas festas de fim de ano.
Preparar a comida preferida de quem partiu, repetir um passeio que faziam juntos, visitar um local significativo ou até observar as decorações dessa época pode trazer conforto e sensação de pertencimento. “As lembranças e a certeza de que houve momentos afetivos verdadeiros ajudam a lidar com a saudade e a dar sentido à ausência”, destaca Priscilla.
Atenção aos sinais de alerta emocional
Embora a tristeza seja esperada no luto, alguns sinais indicam a necessidade de atenção redobrada. Alterações persistentes no sono, irritabilidade frequente, cansaço extremo, dificuldade de concentração, perda de interesse por atividades antes prazerosas, isolamento social e sensação contínua de vazio podem indicar que o sofrimento está extrapolando o processo natural do luto.
Quando esses sintomas começam a interferir na rotina, no trabalho ou nas relações, buscar apoio profissional se torna fundamental. “Não existe uma fórmula para preencher o vazio deixado pela perda, mas é possível encontrar formas mais gentis de atravessar esse processo e transformar a dor em cuidado consigo”, afirma a psicóloga.
Para Priscilla, o amor não desaparece com a ausência física. “As histórias, as risadas e até os momentos difíceis fazem parte do vínculo construído. Mesmo sem a presença física, esse amor continua existindo, apenas de outra forma”, conclui.
Orientações para atravessar o luto nas festas de fim de ano
Especialistas reforçam algumas atitudes que podem ajudar nesse período:
- Permitir-se sentir, sem negar a dor;
- Respeitar o próprio tempo, sem comparações;
- Compartilhar sentimentos com pessoas de confiança;
- Manter rituais e lembranças significativas;
- Cuidar do corpo e da mente, com atenção ao sono e ao descanso;
- Buscar apoio psicológico quando o sofrimento se intensifica.
Buscar ajuda, segundo os profissionais, é um gesto de autocuidado e não um sinal de fragilidade.
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