Variedades • 19:22h • 07 de outubro de 2025
Mulheres cuidam mais, homens se arriscam mais: levantamento expõe contraste nos hábitos de saúde
Levantamento revela falhas de informação sobre prevenção, rastreamento e hábitos de vida, além de destacar que o cuidado com a saúde da família ainda recai majoritariamente sobre as mulheres
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Pfizer | Foto: Arquivo/Âncora1
Uma pesquisa encomendada pela Pfizer e conduzida pela Ipsos-Ipec revelou contrastes marcantes entre homens e mulheres quando o assunto é cuidado com a saúde. O levantamento mostra que, embora o câncer esteja entre as maiores preocupações dos brasileiros, o conhecimento sobre fatores de risco e exames de rastreamento para os tumores de mama e próstata ainda é limitado.
Foram ouvidas 1.740 pessoas com 18 anos ou mais, em São Paulo, Belém, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. A maioria (58%) declarou já ter tido contato direto ou indireto com o câncer seja como paciente, familiar ou amigo de alguém diagnosticado.
O câncer lidera as preocupações de saúde entre os homens (54%), enquanto as mulheres o colocam em segundo lugar (62%), atrás apenas das doenças que causam limitações motoras (68%). Apesar do temor, quase metade dos participantes do sexo masculino não sabe que o câncer de próstata está entre as principais causas de morte de homens brasileiros , 11% consideram essa informação falsa, e 37% afirmam desconhecê-la.
Para Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil, o medo da doença convive com um problema estrutural: a falta de informação. Ela destaca que muitos ainda não associam fatores modificáveis, como obesidade, sedentarismo e consumo de álcool, ao aumento do risco de câncer.
Diferenças nos hábitos de prevenção
O estudo mostra que as mulheres se cuidam mais: 49% delas fazem check-up anual mesmo sem sintomas, enquanto 39% dos homens só procuram o médico quando há algum desconforto. Entre as justificativas masculinas para adiar consultas estão a falta de tempo, o medo do diagnóstico e a crença de que os sintomas passarão sozinhos.
Além disso, 55% dos homens e 61% das mulheres afirmam fazer todos os exames solicitados, mas parte expressiva deixa de retornar ao médico com os resultados comportamento relatado por 23% dos participantes do Distrito Federal e 21% do Rio de Janeiro.
A “feminização do cuidado”
Os dados reforçam que o cuidado com a saúde da família ainda recai majoritariamente sobre as mulheres. Sete em cada dez participantes do sexo feminino afirmam ser as principais responsáveis por agendar consultas, acompanhar familiares e lembrar de vacinas. Já entre os homens, apenas 25% dizem exercer esse papel um reflexo de padrões culturais que associam o autocuidado à vulnerabilidade.
Segundo Mariana Pestana, diretora da unidade de Oncologia da Pfizer Brasil, essa diferença tem impacto direto nas taxas de diagnóstico e tratamento. “A maioria dos homens é levada ao consultório por uma mulher, mãe, esposa ou filha. Precisamos combater essa desigualdade, porque ela também influencia os desfechos de saúde”, afirma.
Desinformação sobre fatores de risco
A pesquisa aponta desconhecimento generalizado sobre fatores de risco para os tumores de mama e próstata. Apenas 15% dos homens sabem que a população negra tem maior propensão ao câncer de próstata, e 40% reconhecem a obesidade como ameaça.
Entre as mulheres, 71% acreditam que a herança genética é o principal fator de risco para o câncer de mama, quando na verdade apenas 5% a 10% dos casos estão ligados à genética. O levantamento também mostra que só 36% das mulheres e 28% dos homens sabem que o consumo de bebida alcoólica aumenta o risco da doença. A relação entre excesso de peso e câncer de mama é reconhecida por 37% das mulheres e 32% dos homens.
Para Camilla Natal de Gaspari, líder médica da área de Oncologia da Pfizer Brasil, a percepção equivocada sobre a origem dos tumores pode atrasar medidas preventivas. “Muitos acreditam que o câncer é determinado apenas pela herança genética, o que desestimula mudanças nos hábitos de vida. No entanto, fatores como alimentação, atividade física e peso corporal têm papel decisivo na prevenção”, explica.
Falhas no rastreamento e tabus nos exames
O estudo também revelou confusões sobre os exames preventivos. Mais da metade das mulheres (56%) não sabe se deve realizar mamografia mesmo quando o ultrassom não aponta alterações, e 60% acreditam que o autoexame das mamas é suficiente para detectar o câncer, o que contraria as recomendações médicas.
Entre os homens, 70% não conhecem os benefícios de associar o exame de PSA ao toque retal. Além disso, o exame ainda é motivo de tabu: em Belém, 26% dos entrevistados do sexo masculino não estão convencidos de que o procedimento não interfere na masculinidade.
Impactos emocionais e de relacionamento
O câncer também afeta a vida emocional e íntima dos pacientes e de seus parceiros. A pesquisa mostra que 57% das mulheres e 41% dos homens afirmam que a vida sexual não seria prioridade diante de um diagnóstico grave. Entretanto, 8% dos homens admitiram que teriam relações com outras pessoas, embora continuassem o relacionamento.
De acordo com a Pfizer, compreender as diferenças de percepção entre gêneros é essencial para fortalecer as campanhas de educação e rastreamento. A informação correta e o diálogo aberto continuam sendo os principais aliados na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama e de próstata.
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