Saúde • 08:32h • 17 de agosto de 2025
Mais de 7.500 casos e 13 mortes: especialistas pedem ação contra avanço da coqueluche
Com mais de 7.500 registros e mortes de bebês em 2024, especialistas defendem retomada da imunização e uso de testes sindrômicos para conter surtos
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da ATDC | Foto: Arquivo/Âncora1

A coqueluche, doença respiratória que parecia controlada no Brasil, voltou a preocupar autoridades de saúde. Em 2024, o país registrou mais de 7.500 casos, número 30 vezes maior que o do ano anterior, que teve 216 notificações. Foram confirmadas 13 mortes, todas em bebês com menos de um ano, filhos de mães não vacinadas durante a gestação. O cenário reforça a importância de aumentar a cobertura vacinal e de investir em diagnósticos rápidos e precisos.
“Estamos vivenciando um retrocesso. A hesitação vacinal e a desinformação têm consequências graves, especialmente para os mais vulneráveis. Em 2023, a cobertura da vacina penta foi de 85,71% e da DTP, no primeiro reforço, de 78,28%. Para conter o avanço da coqueluche, a meta é chegar a 95%”, alerta a pneumologista pediatra Dra. Eliandra da Silveira de Lima.
Bactéria e crises
Causada pela bactéria Bordetella pertussis, a coqueluche provoca crises intensas de tosse e pode levar a complicações como pneumonia, convulsões e até a morte. A transmissão ocorre por gotículas respiratórias, tornando-a altamente contagiosa. Para a coordenadora do Centro de Referência Nacional para Coqueluche no Instituto Adolfo Lutz, Dra. Daniela Leite, o diagnóstico precoce é fundamental. “O PCR em tempo real é o método mais sensível e rápido disponível. Os painéis sindrômicos permitem identificar, com uma única amostra, se o patógeno é a Bordetella pertussis ou outro vírus ou bactéria respiratória, com resultados em cerca de uma hora”, explica.
Essa diferenciação é essencial, já que os sintomas podem se confundir com outras doenças respiratórias, como gripe e VSR. Para André Santos, Medical Science Liaison da QIAGEN, além de agilizar o atendimento, os testes sindrômicos ajudam a evitar o uso indiscriminado de antibióticos, melhoram a vigilância epidemiológica e otimizam recursos hospitalares.
Desafios da prevenção
Apesar dos benefícios, especialistas apontam que custos, logística e desigualdade regional ainda dificultam a adoção dessas tecnologias em larga escala no sistema público. Enquanto o Ministério da Saúde busca aumentar as taxas de imunização em queda desde 2016, médicos defendem a retomada da confiança na vacinação e o reforço em adolescentes e adultos.
“Estamos diante de uma crise evitável. Precisamos agir com base na ciência para evitar novas epidemias de coqueluche e outras infecções respiratórias graves”, conclui Dra. Daniela.
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