Economia • 19:29h • 11 de setembro de 2025
Mais da metade dos brasileiros vive no limite do salário, aponta pesquisa global da ADP
Levantamento revela que 54% dos profissionais não conseguem poupar; múltiplos empregos surgem como saída, mas não resolvem o problema estrutural
Da Redação | Com informações da RPMA Comunicação | Foto: Divulgação

A vida financeira da maioria dos trabalhadores brasileiros segue marcada pela vulnerabilidade. Segundo o relatório People at Work 2025, divulgado pela ADP, 54% dos profissionais no país afirmam viver de salário em salário. O estudo, que ouviu quase 38 mil pessoas em 34 países, mostra que a dificuldade em poupar e construir uma reserva financeira é realidade para grande parte da população ativa.
A pesquisa aponta que 19% dos trabalhadores no Brasil têm mais de uma fonte de renda, sendo que 60% deles afirmaram depender dessa estratégia para arcar com despesas básicas. O recorte demográfico mostra que mulheres (21%) buscam mais atividades paralelas do que homens (17%). Entre jovens de 18 a 26 anos, 25% acumulam funções, enquanto, na faixa acima dos 55 anos, esse percentual cai para 14%.
Apesar disso, o acúmulo de trabalhos não elimina o problema. Globalmente, trabalhadores com múltiplos empregos também enfrentam dificuldades para equilibrar o orçamento. Para a ADP, o cenário está ligado a fatores estruturais, como a defasagem salarial em relação ao custo de vida. Loraine Blommendaal, Head de Pessoas & Cultura, Produto e Tecnologia Global da ADP Internacional, reforça: “Até mesmo quem possui três ocupações enfrenta obstáculos para manter estabilidade financeira. Isso mostra a necessidade de políticas de valorização mais consistentes por parte dos empregadores.”
Nesse contexto, empresas podem desempenhar um papel estratégico ao oferecer benefícios que aliviem pressões do dia a dia, como planos de saúde, auxílio-creche e programas de apoio à família. Para especialistas, tais iniciativas fortalecem a confiança entre empregador e empregado, contribuem para retenção de talentos e impactam diretamente o desempenho das equipes.
O estudo também relaciona os desafios econômicos à transformação digital do mercado de trabalho. Com a chegada da Inteligência Artificial, cresce a demanda por profissionais capazes de interagir, interpretar e aplicar soluções baseadas em tecnologia, sem abrir mão de habilidades humanas como criatividade, empatia e comunicação. A ADP destaca a importância do aprendizado contínuo como parte da cultura organizacional, utilizando a tecnologia para personalizar trajetórias de desenvolvimento e preparar equipes para os novos cenários da economia.
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