Ciência e Tecnologia • 11:53h • 10 de agosto de 2025
Inteligência artificial cria proteína que mata bactérias resistentes a antibióticos
Pesquisa inédita coloca a Austrália no seleto grupo de países que utilizam IA para desenvolver proteínas prontas para uso com potencial terapêutico
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Universidade de Monash | Foto: Arquivo/Âncora1

Pela primeira vez, cientistas australianos desenvolveram uma proteína biológica totalmente projetada por inteligência artificial (IA) e pronta para uso, capaz de matar bactérias resistentes a antibióticos, como a Escherichia coli. A conquista, publicada na revista científica Nature Communications, representa um avanço significativo no combate à crescente ameaça dos chamados superinsetos e posiciona a Austrália ao lado de países como Estados Unidos e China na corrida por terapias inovadoras criadas com o auxílio da IA.
De acordo com os líderes da pesquisa, Dr. Rhys Grinter e professor associado Gavin Knott, a Plataforma de Design de Proteínas de IA utilizada é a primeira do tipo no país e se baseia em métodos desenvolvidos pelo cientista David Baker, laureado com o Prêmio Nobel de Química. Essa tecnologia permite criar, em segundos, proteínas com funções específicas, processo que antes poderia levar décadas. Além do uso contra bactérias resistentes, essas moléculas podem ser aplicadas no desenvolvimento de medicamentos, vacinas, nanomateriais e sensores em escala microscópica.
O trabalho experimental foi conduzido principalmente pelo doutorando Daniel Fox, que destacou a importância de democratizar o acesso a ferramentas de design de proteínas orientadas por IA. Segundo ele, os recursos utilizados são gratuitos e podem ser acessados por cientistas de todo o mundo. A plataforma possibilita projetar proteínas para se ligar a alvos específicos, atuar como inibidores ou ativadores e até otimizar enzimas para maior estabilidade e eficiência.
Para o professor John Carroll, diretor do Monash Biomedicine Discovery Institute, o novo programa de design de proteínas com IA demonstra o potencial da ciência australiana em liderar avanços globais. A equipe, formada por biólogos estruturais e cientistas da computação, combina conhecimento profundo sobre estrutura proteica e aprendizado de máquina para integrar rapidamente novas ferramentas ao processo. Essa abordagem promete acelerar o desenvolvimento de terapias e diagnósticos, reduzindo custos e abrindo caminho para soluções biomédicas mais rápidas e acessíveis.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Ciência e Tecnologia
Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025
Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital