Educação • 11:23h • 16 de setembro de 2025
Inteligência artificial ameaça aprendizado da escrita, alerta autor
Para ele, perda da prática pode resultar em retrocesso imensurável
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Arquivo Âncora1
O escritor e jornalista Sérgio Rodrigues alerta para os riscos que a inteligência artificial representa não apenas para o mercado de trabalho, mas também para a prática da escrita e, consequentemente, para a própria vida intelectual e cultural da sociedade. Em seu livro “Escrever é humano: como dar vida à sua escrita em tempo de robôs”, ele defende que escrever é um exercício criativo exclusivamente humano, impossível de ser reproduzido por máquinas que apenas imitam a linguagem sem subjetividade.
Segundo Rodrigues, a ameaça mais grave é o ser humano desaprender a escrever ao terceirizar até os textos mais simples para a IA — de listas de compras a trabalhos escolares. Esse processo, afirma, pode levar a um retrocesso civilizatório, já que escrever é também uma forma de pensar. Ele lembra que, assim como esquecemos números de telefone depois da popularização dos celulares, há o risco de esquecermos como se escreve ao delegar essa prática às máquinas.
O autor destaca ainda que a escola precisa se reinventar para garantir que os estudantes continuem desenvolvendo a habilidade de escrita, criando espaços livres da influência das tecnologias generativas. Sem esse cuidado, o prazer e a prática da escrita podem se perder. Para ele, a família também tem papel central nesse processo, incentivando a leitura e valorizando a escrita no dia a dia.
Rodrigues ressalta que a IA dá continuidade a um caminho de superficialidade que a sociedade já vinha trilhando, repleto de fórmulas prontas e clichês, enfraquecendo o espírito crítico. Isso torna as pessoas mais vulneráveis a manipulações e ao consumismo. Para reverter esse quadro, ele defende políticas públicas que enfrentem o lobby das grandes empresas de tecnologia e regulamentem o uso da inteligência artificial.
No fim, o escritor reforça que a IA pode ser usada como ferramenta, mas não deve substituir a criatividade humana, que continua sendo a essência da escrita, da literatura e da arte.
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