Educação • 18:29h • 01 de setembro de 2025
Insatisfação no curso: como identificar a hora certa de mudar de instituição
Especialistas apontam que mudança de curso ou instituição pode representar estratégia de futuro e não perda de tempo
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Economidia | Foto: Arquivo/Âncora1
Mudar de faculdade no meio do curso ainda é visto por muitos como sinal de fracasso, mas dados mostram que a prática é comum e pode ser estratégica. Segundo o Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior), mais da metade dos estudantes de cursos presenciais desiste antes da formatura. No ensino a distância, a taxa é ainda maior, alcançando 63,7%. A decisão, embora carregada de dúvidas, pode ser uma oportunidade de recomeço mais alinhado com os objetivos pessoais e profissionais do aluno.
Os principais motivos para a troca vão desde a insatisfação com o curso até frustrações com a instituição. Estrutura deficiente, falta de aulas práticas, grade curricular desatualizada e professores pouco atuantes no mercado estão entre as razões mais citadas. A coordenadora pedagógica do Instituto Orofacial das Américas (IOA), Laís Lopes, explica que um bom curso deve equilibrar teoria, prática e atualização de mercado. “Na área da saúde, por exemplo, o contato precoce com técnicas modernas e recursos clínicos é essencial para preparar o aluno para a realidade profissional”, afirma.
A transferência também pode se tornar necessária quando a instituição não cumpre as expectativas. Atrasos em cronogramas, aulas genéricas e ausência de suporte acadêmico são fatores que pesam na decisão de recomeçar em outro ambiente. Em áreas exigentes como odontologia, a falta de professores especialistas, laboratórios e estrutura clínica pode comprometer a formação e o futuro profissional.
O processo de mudança exige planejamento. É preciso verificar a compatibilidade das disciplinas já cursadas, se o calendário permite ingresso no meio do ano e se há vagas disponíveis. Estrutura física, atualização da grade curricular, reputação no mercado e perfil do corpo docente são pontos que devem ser avaliados antes da decisão. Quando bem planejada, a troca reduz a ansiedade inicial e se traduz em mais engajamento, motivação e clareza de propósito.
A dúvida sobre mudar de curso é legítima, mas insistir em um caminho desalinhado pode custar caro em tempo, dinheiro e saúde mental. Como destacam especialistas, trocar de faculdade não é retrocesso, mas um ato de coragem e maturidade. Ao reconhecer que algo não está funcionando e buscar alternativas, o estudante recupera o controle da própria trajetória e abre espaço para construir uma carreira mais alinhada com seus valores e objetivos.
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