Saúde • 09:25h • 17 de dezembro de 2025
Infectologista alerta pais sobre a tríplice ameaça do verão à saúde infantil
O infectologista pediátrico do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Márcio Nehab, alerta que pais e responsáveis devem manter vigilância em três frentes: controlar arboviroses, prevenir infecções respiratórias e garantir a atualização do calendário vacinal infantil
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações da Fiocruz | Foto: Arquivo Âncora1
Com a chegada do verão, em 21 de dezembro, a saúde infantil entra em estado de alerta. As altas temperaturas e o aumento das chuvas favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya. Além das arboviroses, a estação também amplia o risco de infecções respiratórias e expõe os impactos da queda na cobertura vacinal, exigindo atenção redobrada de pais e responsáveis.
Segundo o infectologista pediátrico Márcio Nehab, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a prevenção deve atuar em três frentes: controle do mosquito, vigilância de doenças respiratórias e atualização do calendário vacinal. Ele alerta que, nas fases iniciais, a dengue costuma se manifestar com febre alta súbita, mal-estar intenso e dor no corpo, muitas vezes confundida com gripe, o que pode atrasar o acompanhamento adequado.
Entre os sinais de gravidade que exigem atendimento imediato estão dor abdominal persistente, vômitos repetidos, sangramentos, inchaço abdominal, prostração intensa ou irritabilidade fora do habitual. A circulação simultânea de dengue, Covid-19 e influenza pode dificultar o diagnóstico, já que sintomas respiratórios podem mascarar a presença de arboviroses e atrasar a suspeita clínica.
Em relação às doenças respiratórias, o especialista destaca que o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) segue como uma das principais causas de bronquiolite em bebês, embora não haja aumento significativo de casos neste período. A prevenção ganhou reforço com a vacinação de gestantes e a proteção direta de bebês prematuros, além da recomendação de evitar contato de recém-nascidos com pessoas sintomáticas.
As arboviroses mais comuns no Brasil — dengue, Zika e chikungunya — apresentam sintomas iniciais semelhantes, o que torna difícil a distinção clínica sem exames. Por isso, a resposta envolve ampliação do acesso à vacina contra dengue, fortalecimento do controle do Aedes e vigilância epidemiológica integrada. A vacina disponível no SUS reduz o risco de formas graves e internações, mas a proteção depende do esquema completo.
A queda da vacinação infantil também reacende o risco de retorno de doenças que estavam controladas, como o sarampo, além da poliomielite, difteria e coqueluche. A orientação é que pais procurem uma unidade de saúde para atualizar as doses pendentes, sem necessidade de reiniciar esquemas.
No ambiente doméstico, o combate ao mosquito deve ir além da eliminação de água parada visível. Caixas-d’água mal vedadas, ralos pouco usados, bandejas de eletrodomésticos, pratinhos de plantas, calhas entupidas, brinquedos no quintal e recipientes de armazenamento são criadouros frequentes. Outro alerta importante é evitar o uso de anti-inflamatórios para tratar febre em casa, já que medicamentos como ibuprofeno podem agravar quadros de dengue.
Durante as férias escolares, os cuidados devem incluir hidratação constante, uso adequado de protetor solar e repelente conforme a idade, ambientes ventilados e atenção aos horários de maior calor. O período também traz riscos adicionais, como aumento de acidentes domésticos e afogamentos — principal causa externa de morte infantil no verão —, além de maior incidência de desidratação, insolação e doenças gastrointestinais durante viagens e refeições fora de casa.
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