Responsabilidade Social • 17:11h • 15 de agosto de 2025
Gestantes autistas: especialista orienta cuidados essenciais para uma gravidez segura
Especialista alerta para a importância de adaptações sensoriais e comunicação efetiva durante o pré-natal de gestantes autistas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

A gravidez é um momento de intensas transformações físicas e emocionais, e para mulheres no espectro autista, essas mudanças exigem atenção ainda mais detalhada. Segundo o neurologista Dr. Matheus Trilico, referência nacional no atendimento a adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e TDAH, o acompanhamento especializado desde o pré-natal é fundamental para garantir segurança e qualidade de vida à mãe e ao bebê.
O especialista explica que, durante a gestação, as dificuldades sensoriais características do autismo podem se intensificar. Alterações hormonais impactam diretamente a percepção sensorial, tornando sons, luzes, odores e texturas mais desconfortáveis. “Gestantes autistas frequentemente relatam hipersensibilidade a alimentos antes tolerados e maior incômodo com ruídos ou iluminação”, aponta Dr. Trilico. Esse aumento da sensibilidade, se não for adequadamente gerenciado, pode gerar estresse crônico, fator associado a complicações obstétricas e possíveis impactos no neurodesenvolvimento infantil.
Outro desafio apontado é a comunicação com profissionais de saúde. A linguagem literal, comum entre pessoas autistas, pode provocar mal-entendidos em consultas, dificultando a descrição precisa de sintomas ou desconfortos. Sem uma comunicação clara, problemas relevantes podem passar despercebidos, atrasando diagnósticos e intervenções. Para o neurologista, é essencial que a equipe médica esteja preparada para compreender e se adaptar às necessidades comunicativas dessas pacientes.
O parto também requer um planejamento personalizado, levando em conta fatores sensoriais e emocionais. Ambientes hospitalares, com luzes fortes, ruídos constantes e mudanças na rotina, podem gerar sobrecarga sensorial e experiências traumáticas. Entre as recomendações do médico estão a criação de um plano de parto detalhado, visitas prévias à maternidade e a escolha de ambientes mais silenciosos sempre que possível.
Dr. Trilico reforça que pequenas adaptações, como consultas em horários mais tranquilos, possibilidade de levar anotações por escrito e protocolos de atendimento específicos para pacientes autistas, podem transformar positivamente a jornada gestacional. “O diagnóstico precoce de necessidades específicas e a implementação de ajustes adequados fazem toda a diferença na experiência da mãe e no vínculo com o bebê”, conclui.
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