Saúde • 14:13h • 15 de agosto de 2025
Gel inovador ajuda a acelerar a cicatrização de feridas em pessoas com diabetes
Tecnologia combina vesículas extracelulares e hidrogel para estimular formação de vasos sanguíneos e fechar lesões mais rapidamente
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: CFF
Um novo curativo em gel desenvolvido por cientistas chineses pode transformar o tratamento de feridas diabéticas, que costumam apresentar cicatrização lenta e difícil. A inovação une vesículas extracelulares modificadas a um hidrogel especial, criando um sistema capaz de restaurar o fluxo sanguíneo e acelerar o fechamento das lesões.
Em experimentos com camundongos diabéticos, a tecnologia promoveu a redução de 90% da área ferida em apenas 12 dias, resultado acompanhado por um expressivo aumento na formação de vasos sanguíneos — etapa essencial para a regeneração dos tecidos. O estudo, divulgado em 13 de junho na revista científica Burns & Trauma, aponta que, embora ainda em fase experimental, o método pode abrir caminho para novos tratamentos de feridas crônicas.
Como funciona
O gel é formado por dois componentes principais: vesículas extracelulares, que funcionam como “mensageiros” transportando moléculas reparadoras entre as células, e o hidrogel GelMA, que serve como suporte e libera gradualmente o conteúdo terapêutico no local da lesão.
As vesículas foram carregadas com o microRNA miR-221-3p, capaz de reduzir a produção da proteína trombospondina-1 (TSP-1), associada à dificuldade de formação de novos vasos sanguíneos. Ao inibir essa proteína, o tratamento favorece a circulação na área afetada, acelerando a cicatrização.
Resultados e perspectivas
Nos testes, o desempenho superou o de métodos convencionais: em menos de duas semanas, as feridas tratadas estavam quase completamente fechadas e apresentavam aumento significativo de irrigação sanguínea. Para os pesquisadores, o diferencial do gel está em atacar a raiz do problema, estimulando a formação de vasos, e não apenas em tratar os sintomas.
Apesar dos avanços, o uso clínico ainda depende de novos estudos. Serão necessários testes em humanos para comprovar segurança, eficácia e viabilidade de produção em larga escala. Caso seja aprovado, o recurso poderá ser adaptado para outras feridas crônicas e até para regeneração de tecidos como ossos e cartilagens.
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