Variedades • 18:38h • 23 de outubro de 2025
Estudo mostra que 95% dos jovens brasileiros ainda sonham com a casa própria
Pesquisa da PUCPR revela que gerações Y e Z preferem viver em casas, enquanto X e Boomers demonstram maior interesse por apartamentos
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da PG1 | Foto: Divulgação
Apesar do aumento no número de brasileiros que vivem de aluguel e dos altos custos de financiamento, o sonho da casa própria continua vivo. Segundo um estudo do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), 95% dos jovens brasileiros ainda desejam ter um imóvel próprio na terceira idade.
O levantamento, realizado com base em entrevistas e análises estatísticas, avaliou as preferências habitacionais de diferentes gerações no país. Mesmo entre os mais jovens que atualmente vivem de aluguel, o desejo pela casa própria permanece forte. “Os padrões observados desafiam narrativas simplistas de uma suposta ‘geração aluguel’. Há uma série de fatores — individuais, sociais e econômicos — que ajudam a explicar o desejo pela casa própria”, afirma o urbanista Rafael Kalinoski, doutor e pesquisador da PUCPR, um dos responsáveis pelo estudo.
A pesquisa identificou três perfis de aspirações habitacionais:
- Tradicional: mais comum entre os nascidos entre 1945 e 1964, associa a posse do imóvel à segurança e ao status social.
- Pragmático: predominante entre os nascidos entre 1965 e 1984, relaciona o imóvel à proteção do patrimônio familiar e à valorização financeira.
- Flexível: mais presente entre jovens nascidos a partir de 1985, valoriza a liberdade e experiências de vida, como viagens e mobilidade, mas sem descartar o sonho da casa própria no futuro.
“Embora o aluguel tenha ganhado espaço, 90% dos entrevistados afirmaram desejar a casa própria na terceira idade. Para a maioria, o aluguel é uma solução temporária diante das dificuldades econômicas, e não uma escolha definitiva de estilo de vida”, explica Kalinoski. Entre as gerações Y e Z, esse percentual chega a 94,6%.
Casa ou apartamento?
O estudo também mostra uma relação entre idade e tipo de moradia desejada: 75% dos jovens da Geração Z e 58,1% da Geração Y sonham em viver em casas, enquanto apenas 38% dos Boomers e 38,2% da Geração X compartilham esse desejo. Já entre os mais velhos, 46,8% preferem apartamentos, por razões como praticidade, segurança e menor necessidade de manutenção.
“Atribuímos esse padrão ao chamado ‘efeito de experiência’: quanto mais vivências habitacionais ao longo da vida, maior o reconhecimento das vantagens práticas dos apartamentos”, pontua o pesquisador.
O estudo, financiado pela CAPES e pelo CNPq, contou com a participação dos pesquisadores Rafael Kalinoski e Mario Prokopiuk, ambos da PUCPR. Publicado em julho de 2025 no International Journal of Urban and Regional Research (IJURR), o artigo tem o título “A ilusão da flexibilidade: aspirações de moradia entre gerações no mercado formal do Brasil”.
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