Ciência e Tecnologia • 12:42h • 10 de agosto de 2025
Estudo aponta que refrigerante com adoçante pode aumentar risco de diabetes tipo 2 em 38%
Pesquisa mostra que risco é maior do que o observado para bebidas adoçadas com açúcar e reforça alerta para consumo diário
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Universidade de Monash | Foto: Arquivo/Âncora1

Um estudo realizado por pesquisadores da Monash University, em parceria com a RMIT University e o Cancer Council Victoria, concluiu que o consumo diário de apenas uma lata de refrigerante adoçado artificialmente pode aumentar em 38% o risco de desenvolver diabetes tipo 2. O percentual é superior ao identificado para bebidas adoçadas com açúcar, como refrigerantes comuns, que elevaram o risco em 23%. Os resultados foram publicados na revista científica Diabetes & Metabolism.
A pesquisa acompanhou mais de 36 mil adultos australianos durante quase 14 anos e revelou que o consumo diário de bebidas adoçadas, sejam com açúcar ou adoçantes artificiais, está associado a uma probabilidade significativamente maior de desenvolver a doença. “Basta uma ou mais unidades dessas bebidas por dia para aumentar o risco”, afirma Robel Hussen Kabthymer, doutorando da Monash University e um dos autores do estudo.
A professora Barbora de Courten, que liderou o trabalho, destacou que os resultados desafiam a crença de que refrigerantes com adoçantes são uma alternativa mais saudável para pessoas em risco de diabetes. Segundo ela, enquanto a ligação entre bebidas açucaradas e a doença pode ser parcialmente explicada pela obesidade, o vínculo com bebidas adoçadas artificialmente permaneceu mesmo após o ajuste para o peso corporal, sugerindo um possível efeito direto no metabolismo.
Os autores defendem que políticas públicas considerem não apenas o açúcar, mas também as opções adoçadas artificialmente. “Apoiar medidas como impostos sobre bebidas açucaradas é importante, mas também é preciso atenção para as alternativas com adoçante, que muitas vezes são divulgadas como mais seguras, mas podem trazer riscos próprios”, reforça de Courten. O estudo utilizou dados do Melbourne Collaborative Cohort Study, também conhecido como Health 2020, com participantes entre 40 e 69 anos, ajustando os resultados para fatores como dieta, atividade física, escolaridade e histórico de saúde.
O diabetes tipo 2 afeta cerca de 1,3 milhão de australianos e mais de 500 milhões de pessoas no mundo, com a maioria dos casos relacionada a hábitos alimentares e estilo de vida. O estudo pode ser lido aqui.
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