Cidades • 14:58h • 24 de outubro de 2025

Escorpião em casa: caso real expõe riscos, protocolos e por que a UPA é o único local com antídoto em Assis

Relato do editor do Âncora 1, Luis Potenza, detalha a captura segura, a notificação à Vigilância Sanitária e o susto ao descobrir que o animal “aparentemente morto” estava vivo

Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Âncora1

Do susto ao protocolo: relato mostra como agir e por que notificar a Vigilância salva vidas

A presença de um escorpião dentro de uma residência no Jardim Aeroporto, em Assis, registrada na manhã desta sexta-feira (24), virou um alerta de utilidade pública. O episódio — vivido pelo jornalista e editor do Âncora 1, Luis Potenza — mostra, em detalhes, o que fazer e o que não fazer ao encontrar o animal, a importância de notificar a Vigilância Sanitária/Centro de Epidemiologia e por que a UPA de Assis é o único serviço com soro antiescorpiônico disponível 24 horas para atendimento imediato.

O caso: do “parecia morto” ao “estava vivo”

Segundo Potenza, o escorpião foi localizado sob um chinelo tipo Crocs, na cozinha. “Imóvel” à primeira vista, deu a impressão de estar morto — hipótese comum diante do comportamento do animal, que pode ficar rigidamente parado por longos períodos.

Assis em atenção: escorpião em residência expõe erros comuns e o passo a passo para evitar acidentes

Com distância de segurança, sem tocar no escorpião, o editor tentou acondicioná-lo em um pote com tampa. Evitou pano, papel ou pinças: o risco de escapar, ferroar através de tecido ou derrubar o animal é alto. A solução foi usar uma escova de dentes (haste rígida, mantendo a mão longe do corpo do escorpião) para empurrá-lo com cuidado para dentro do pote e fechar. Por precaução, lacrou a tampa com fita crepe.

O potinho seguiu para o Centro de Epidemiologia/Vigilância Sanitária (região da Rua Cândido Mota, 48), onde a equipe fez o cadastro do endereço, colheu características do imóvel e orientações preventivas. Até então, tudo indicava um animal sem vida. Ao retornar ao carro, no entanto, veio o susto: o escorpião estava vivo, erguido e em posição de ataque. Potenza voltou imediatamente ao setor, onde o animal recebeu o procedimento técnico apropriado para esses casos.

Caso real no Jardim Aeroporto: escorpião dentro de casa, captura segura e por que só a UPA tem antídoto

Ponto crítico do relato: escorpiões podem simular morte ou demorar a reagir a agentes químicos. Jamais manipule o animal achando que está morto.

O que foi reforçado

Notificação é essencial: registrar o encontro do animal permite mapear áreas de risco e planejar vistorias no imóvel e no entorno;
Comportamento do escorpião: prefere locais úmidos (não encharcados). Após chuvas, tende a migrar em busca de abrigo;
Atrativos: baratas e outros insetos funcionam como alimento e atraem o escorpião;
Antiveneno: em Assis, o soro antiescorpiônico está disponível na UPA (apenas rede pública, 24h). Laboratórios não fornecem antídotos à rede privada, justamente para garantir acesso universal.

Centro de Epidemiologia/Vigilância Sanitária

O que fazer ao encontrar um escorpião (passo a passo seguro)

Mantenha distância. Não tente capturar com as mãos, nem com pano, papel ou pinça;
Use um recipiente rígido com tampa. Com objeto de haste longa (pá, régua, escova), empurre o animal para dentro e tampe. Se possível, lacre a tampa;
Não perfure, não esmague, não queime. Acidentes acontecem nessas tentativas;
Leve o recipiente à Vigilância Sanitária/Centro de Epidemiologia para registro, identificação e orientação, se possível;
Em caso de picada: vá imediatamente à UPA. Para crianças, o tempo de resposta é ainda mais crítico.

O que NÃO fazer

Não tocar no animal em hipótese alguma;
Não usar pano, papel, pinça ou improvisos que aproximem sua mão;
Não subestimar um escorpião aparentemente imóvel; pode estar vivo ou em estado de defesa;
Não adiar a notificação à Vigilância — o mapeamento protege o bairro inteiro.

Jardim Aeroporto em atenção

O caso desta sexta-feira ocorreu em área com terrenos ociosos e proximidade de serviços públicos. Em períodos de chuva e calor, a chance de circulação aumenta. A experiência real relatada por Potenza ilustra a sequência correta: identificar, conter com segurança, notificar, ouvir as orientações técnicas e jamais supor que o animal está morto.

Prevenção em casa e no entorno

Vede ralos, frestas e soleiras; use telas milimétricas em ralos externos;
Mantenha quintais limpos, sem entulho, madeira empilhada ou mato alto;
Controle insetos (especialmente baratas);
Use luvas e calçados fechados ao mexer em caixas/depósitos;
Ilumine áreas de circulação noturna (fundos, garagens).

Serviço

Vigilância Sanitária/Centro de Epidemiologia de Assis: recepção de ocorrências, cadastro e orientação técnica - Rua Cândido Mota, 48.

UPA Assis (24h): atendimento de acidentes com animais peçonhentos e soro antiescorpiônico - Rua Osmar Luchini, 670, Jd. Aeroporto.

Material de apoio para a população em PDF [aqui].

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