Saúde • 16:53h • 06 de setembro de 2025
Dor na relação sexual: causas, tratamentos e impacto na saúde mental
Ginecologistas reforçam que a dispareunia não deve ser normalizada; avaliação precoce garante diagnóstico e melhora da qualidade de vida
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da AFonte Comunica | Foto: Arquivo/Âncora1
A dor durante a relação sexual, conhecida no meio médico como dispareunia, ainda é cercada de tabus que atrasam o diagnóstico e o tratamento. O desconforto pode se manifestar em qualquer idade, de forma superficial ou profunda, mas nunca deve ser considerado normal. Segundo especialistas, a dor é um sinal de alerta que precisa de avaliação clínica.
A dor superficial costuma ocorrer na entrada da vagina, na vulva ou ao redor do meato urinário, geralmente no início da penetração, ao colocar absorvente interno ou até durante exames ginecológicos. Já a dor profunda é percebida no fundo da vagina, no baixo ventre e na pelve, especialmente em movimentos mais intensos ou após a relação. Ambas podem vir acompanhadas de ardência e hipersensibilidade.
Fases e saúde mental
De acordo com a ginecologista Loreta Canivilo, há diferentes momentos da vida em que a dispareunia pode aparecer: no início da vida sexual, devido à ansiedade e lubrificação insuficiente; na idade reprodutiva, por infecções, endometriose ou cicatrizes pós-cirúrgicas; no pós-parto, por queda hormonal; e na menopausa, devido à atrofia e ressecamento vaginal. Procedimentos como radioterapia pélvica e uso de medicações que reduzem a lubrificação também podem desencadear o problema.
Além do impacto físico, a dispareunia pode afetar diretamente a saúde mental da paciente. Entre as consequências estão ansiedade, queda da autoestima, medo de futuras relações e tensão antecipatória, fatores que intensificam ainda mais a dor. “É essencial quebrarmos o tabu em torno da dor sexual. Nenhuma dor é normal. Com diagnóstico correto, há opções de tratamento e bons prognósticos”, explica Canivilo.
Avaliação médica
O processo de avaliação inclui histórico clínico detalhado, exame ginecológico com mapeamento da dor e exames complementares, quando necessários. O tratamento pode envolver ajustes de lubrificação, terapia hormonal, fisioterapia do assoalho pélvico, tratamento de infecções, apoio psicológico, terapia sexual e revisão de medicamentos que interferem na lubrificação.
Segundo a especialista, a abordagem deve ser integral e multidisciplinar. “Com cuidado personalizado, conseguimos não apenas reduzir os sintomas físicos, mas também restaurar a relação da paciente com o próprio corpo e a sexualidade”, reforça.
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