Responsabilidade Social • 19:43h • 26 de agosto de 2025
Dia Internacional da Igualdade Feminina expõe desafios e aponta caminhos para inclusão no trabalho
Apesar dos avanços, mulheres ainda enfrentam barreiras salariais e baixa representatividade em cargos de liderança, segundo especialistas e relatórios recentes
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Agência Temma | Foto: Divulgação
No Dia Internacional da Igualdade Feminina, celebrado nesta terça-feira, 26 de agosto, o debate sobre a equidade de gênero no mercado de trabalho ganha destaque em todo o país. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que a participação feminina cresceu de 34,8% em 1990 para 52,2% em 2023, o que representa mais de 43 milhões de mulheres ocupando postos de trabalho em 2024. Apesar do avanço, a desigualdade salarial e a baixa presença em cargos de liderança seguem sendo obstáculos persistentes.
Segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial do governo federal, mulheres recebem, em média, 20,9% a menos que homens em empresas com mais de 100 funcionários. Nos cargos de direção e gerência, a diferença chega a 27%, e em funções de nível superior o percentual sobe para 31,2%. Especialistas apontam que a mudança só acontecerá de forma efetiva quando as empresas compreenderem a equidade como questão estratégica de negócio, e não apenas como uma ação social.
Além da remuneração, outro fator decisivo é a permanência e o crescimento das mulheres dentro das organizações. Programas de capacitação e desenvolvimento profissional têm mostrado resultados positivos, aumentando em até 30% as chances de promoção de mulheres a cargos de liderança, segundo estudo da McKinsey. Porém, esses programas precisam ser acompanhados de mudanças culturais que garantam ambientes receptivos, com educação sobre vieses inconscientes e comitês de diversidade atuando de forma ativa.
As demandas do cotidiano também se destacam. Pesquisa da Deloitte aponta que 48% das mulheres já pensaram em deixar seus empregos por falta de flexibilidade e apoio para equilibrar vida pessoal e profissional. Medidas como licença parental igualitária, incentivo a creches corporativas e horários flexíveis são fundamentais para que mães e cuidadoras não precisem abandonar suas carreiras.
Na área de tecnologia e inovação, a discussão é ainda mais urgente. O Brasil terá um déficit de aproximadamente 530 mil profissionais de TI até o fim de 2025, segundo a Brasscom. Nesse cenário, a inclusão feminina é vista não apenas como uma pauta social, mas como uma necessidade de sobrevivência competitiva. “Diversidade não é custo, é vantagem estratégica. Empresas com mais mulheres em posições de liderança são mais criativas e inovadoras”, reforça Luiza Trindade, diretora do Team Solid, organização de eSports.
Para especialistas, o Dia Internacional da Igualdade Feminina serve como um chamado à ação. A equidade depende de medidas estruturais, como transparência salarial, definição de metas de diversidade, programas de mentoria, grupos de afinidade e educação contínua contra vieses. Quanto mais as empresas compreenderem que equidade é sinônimo de competitividade, mais próximo o país estará de alcançar um mercado de trabalho justo e inclusivo.
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