Ciência e Tecnologia • 09:44h • 16 de agosto de 2025
Descoberta científica promete antecipar diagnóstico da artrose do joelho em até 8 anos
Identificação de biomarcadores no sangue pode permitir tratamentos mais precoces e personalizados, transformando o manejo da doença
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da ATDC | Foto: Arquivo/Âncora1

A ciência deu um passo importante rumo à prevenção e ao tratamento mais eficaz da artrose, condição que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Pesquisadores identificaram um conjunto de proteínas no sangue capazes de prever a osteoartrite do joelho, o tipo mais comum da doença, com até 8 anos de antecedência em relação ao diagnóstico clínico. A descoberta abre caminho para a criação de um exame capaz de detectar alterações antes mesmo que surjam sintomas ou que exames de imagem apontem danos nas articulações.
Hoje, o diagnóstico da artrose ocorre majoritariamente quando a condição já apresenta sinais claros, como dor, estalos e rigidez, além de alterações visíveis em raio-X. O estudo, publicado na revista Science Advances e financiado pelo National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos, analisou amostras de sangue de 200 mulheres no Reino Unido. Com apenas seis biomarcadores, foi possível prever com alta precisão quais participantes desenvolveriam a doença, inclusive entre aquelas consideradas de baixo risco por fatores como idade e índice de massa corporal.
Segundo o ortopedista especialista em cirurgia de joelho, Dr. Guilherme Morgado Runco, essa descoberta pode revolucionar o tratamento da artrose. “Hoje, quando o paciente recebe o diagnóstico, a doença já está em andamento. Com exames capazes de identificar a condição cedo, podemos iniciar intervenções para retardar sua progressão antes que ela se torne incapacitante”, afirma. Ele explica que, nos estágios iniciais, o tratamento inclui fisioterapia, mudanças no estilo de vida e medicamentos para dor e inflamação. Nos casos avançados, a artroplastia – substituição da articulação por prótese – é uma alternativa eficaz.
Dr. Runco ressalta que a tecnologia robótica tem elevado o padrão das cirurgias de substituição de joelho. “Com sistemas robóticos, o planejamento é individualizado, garantindo posicionamento mais preciso do implante e recuperação mais rápida. Essa precisão favorece a reabilitação e melhora a qualidade de vida dos pacientes”, completa.
Mesmo com avanços cirúrgicos, o especialista enfatiza que o diagnóstico precoce é o cenário ideal. “A artroplastia é um excelente recurso nos casos graves, mas, se detectarmos a doença cedo, podemos adiar ou até evitar a necessidade da cirurgia, mantendo autonomia e qualidade de vida por mais tempo”, conclui.
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