Educação • 18:29h • 21 de setembro de 2025
Democratização do ensino técnico exige internet de qualidade e iniciativas sociais
Pesquisa do Ipea mostra que profissionais com formação técnica recebem até 24,9% a mais, mas acesso ainda é limitado; inclusão digital e iniciativas sociais são apontadas como soluções
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da EDB Comunicação | Foto: Divulgação
O ensino técnico tem se mostrado um dos principais instrumentos de transformação de carreiras e inclusão social no Brasil. Segundo pesquisa realizada em 2023 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), trabalhadores com ocupações técnicas chegam a receber salários até 24,9% maiores em relação a colegas sem formação profissionalizante. Apesar desse potencial, o acesso ainda é restrito: dados do último Censo Escolar revelam 2,57 milhões de matrículas em cursos técnicos, frente a 7,8 milhões de estudantes no ensino médio.
Especialistas defendem que a educação digital pode reduzir essa distância, mas a democratização depende de condições estruturais. O IBGE aponta que mais de 90% dos lares brasileiros possuem acesso à internet, porém 22 milhões de pessoas continuam desconectadas. Além disso, apenas 22% da população dispõe de conexão de qualidade, índice que despenca para 3% entre as classes D e E. Essa realidade torna o desafio de expandir o ensino técnico ainda mais complexo.
Entre as soluções, iniciativas sociais e parcerias entre empresas, escolas e órgãos públicos surgem como alternativas para ampliar oportunidades. Projetos voltados a áreas estratégicas como tecnologia, programação e ciência de dados têm potencial de despertar talentos em comunidades vulneráveis, oferecendo contato inicial com profissões em alta no mercado. Experiências presenciais, como oficinas, workshops, competições e laboratórios móveis, somadas a plataformas de ensino a distância, podem formar novas gerações de técnicos preparados para o futuro.
Outro fator relevante é o fortalecimento das comunidades de aprendizagem. A troca de experiências entre estudantes, profissionais e professores amplia a difusão de conhecimento e incentiva a inovação coletiva. Nesse contexto, a educação digital representa não apenas mobilidade social, mas também desenvolvimento sustentável e igualdade de oportunidades.
A democratização do conhecimento técnico, portanto, é vista tanto como estratégia de crescimento econômico quanto como compromisso ético com a construção de um país mais justo e preparado para os desafios da transformação digital.
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