Dados revelam que 23% das crianças não aprendem a ler e escrever plenamente

O processo de alfabetização representa uma das etapas mais importantes na formação das crianças, mas ainda enfrenta barreiras significativas no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2019, mostram que aproximadamente 23% das crianças com até 8 anos não possuem domínio completo da leitura e da escrita, revelando desafios que vão além da sala de aula.

De acordo com Taís Guimarães, diretora pedagógica da Legacy School, alfabetizar significa muito mais do que ensinar a decifrar palavras. “Trata-se de capacitar crianças a interpretarem e se expressarem no mundo, promovendo sua inclusão e desenvolvimento integral”, afirma. Para ela, respeitar o ritmo de cada estudante e personalizar o ensino são práticas fundamentais para que o aprendizado seja efetivo.

Outro ponto essencial é o apoio emocional durante esse processo. A psicóloga Camila Conceição, da Legacy School, explica que muitas crianças lidam com frustrações quando não conseguem acompanhar o ritmo esperado, o que pode gerar insegurança e ansiedade. “O papel dos educadores e psicólogos é criar um ambiente em que o aluno se sinta seguro para errar e aprender, sem medo de julgamento”, ressalta.

Estudos internacionais também reforçam a relevância desse olhar. Pesquisa do National Institute of Child Health and Human Development (NICHD), realizada em 2020 nos Estados Unidos, apontou que crianças que recebem suporte emocional contínuo apresentam taxa de sucesso em alfabetização 35% maior do que aquelas submetidas a pressões excessivas.

A reflexão sobre a alfabetização evidencia a necessidade de unir práticas pedagógicas eficazes com acolhimento socioemocional, construindo um caminho que garanta não apenas o aprendizado da leitura e escrita, mas também o desenvolvimento integral de cada criança.