Mundo • 20:05h • 29 de julho de 2025
CNH sem autoescola? Proposta pode cortar custo, mas gera alerta sobre motoristas despreparados
Projeto do Ministério dos Transportes quer baratear acesso à carteira de habilitação nas categorias A e B, mas especialistas alertam para riscos de condutores mal preparados
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações do MT | Foto: Arquivo/Âncora1

Um projeto em análise na Casa Civil da Presidência da República pode mudar radicalmente a forma como os brasileiros tiram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Desenvolvida pelo Ministério dos Transportes, a proposta prevê que candidatos das categorias A (moto) e B (carro) não sejam mais obrigados a passar por autoescolas para obter a permissão para dirigir.
A medida, segundo o governo federal, pode reduzir o custo da CNH em até 80%, o que representa uma economia significativa diante dos valores atuais, que ultrapassam R$ 3 mil. O objetivo é democratizar o acesso à habilitação, abrindo portas para milhões de brasileiros que hoje não têm condições financeiras de bancar o processo. O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirma que as provas teórica e prática do Detran continuarão obrigatórias. “O novo modelo valoriza o conhecimento e a habilidade do condutor, e não a obrigatoriedade de frequentar uma escola”, diz.
Por outro lado, a proposta já levanta fortes críticas. A Associação Nacional dos Detrans (AND), em nota, demonstrou preocupação com a possibilidade de formação deficiente de motoristas. Para o presidente da entidade, Givaldo Vieira, a prioridade deve ser sempre a segurança no trânsito. “Educação salva vidas. Não podemos abrir mão da qualidade na formação dos condutores. Reduzir o custo, sim. Mas sem comprometer a excelência no processo de aprendizagem”, afirmou.
O Brasil ainda enfrenta altos índices de motoristas inabilitados. Segundo dados recentes, 54% da população brasileira não dirige ou dirige sem carteira. Entre os habilitados, apenas 42% possuem CNH para carro e 27% para moto. Cerca de 45 milhões de pessoas sem carteira afirmam que pretendem tirar o documento no futuro, o que pode impulsionar a adesão ao novo modelo caso ele entre em vigor.
Ainda assim, críticos alertam: flexibilizar a formação sem reforçar critérios de segurança pode tornar o trânsito ainda mais violento.
A proposta ainda será regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), caso receba o aval final do governo. Até lá, o debate segue em alta: entre o alívio no bolso e o risco no volante.
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