Saúde • 08:28h • 08 de setembro de 2025
Campanha Setembro Verde: 46 mil pessoas aguardam por um transplante de órgão no Brasil
Maioria dos pacientes está na fila por um rim; especialistas pedem ações concretas para ampliar conscientização e reduzir burocracias
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações do Voxdoc | Foto: Arquivo/Âncora1

A campanha Setembro Verde reforça a importância da doação de órgãos e tecidos no Brasil, com foco na conscientização sobre o impacto desse gesto solidário capaz de salvar milhares de vidas. Atualmente, segundo o Sistema Nacional de Transplantes, vinculado ao Ministério da Saúde, 46.956 pessoas aguardam por um transplante no país.
Desse total, 92,75% dos pacientes estão na fila por um rim, o equivalente a 43.552 pessoas. Em seguida, aparecem os transplantes de fígado, com 2.311 em espera, e de coração, com 436. Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná concentram os maiores números de pacientes, com 22.493, 4.172 e 2.663, respectivamente.
Projeto de lei busca alinhar transplantes à vontade expressa do cidadão
Perfil dos pacientes e desafios
Homens representam 59% da fila e a faixa etária predominante está entre 50 e 64 anos. Para especialistas, além da conscientização, o Brasil precisa enfrentar gargalos que dificultam a efetivação dos transplantes, como a burocracia e a desinformação.
Raul Canal, presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), alerta que a Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e ao Transplante de Órgãos e Tecidos precisa sair do papel. “É preciso transformar a lei em iniciativas efetivas e duradouras para que a conscientização se reflita em mais doadores e menos vidas prejudicadas pela burocracia ou pela desinformação”, afirma.
Avanços legislativos em debate
O Projeto de Lei nº 3.643/2019 propõe que o consentimento familiar só seja necessário quando o potencial doador não tiver manifestado em vida sua vontade de forma expressa e válida. A proposta chegou ao plenário da Câmara dos Deputados em março deste ano, mas ainda não foi votada após seis sessões encerradas sem apreciação.
Para Canal, alinhar o sistema de transplantes à escolha individual é um passo fundamental. “A Anadem acompanha essa proposição e acredita que aproximar o processo da decisão do próprio cidadão poderá salvar mais vidas e tornar o sistema mais transparente e eficiente”, conclui.
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