Saúde • 14:44h • 30 de dezembro de 2025
Calor extremo transforma idosos no grupo mais vulnerável da crise climática
Ondas de calor mais longas e poluição intensificam riscos cardiovasculares, respiratórios e de desidratação na terceira idade
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da CW Assessoria | Foto: Divulgação
O avanço do aquecimento global deixou de ser um debate distante e passou a impactar diretamente a rotina e a saúde da população idosa no Brasil. Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados, com crescimento expressivo do número de dias acima dos 35ºC no país. Esse cenário cria um ambiente de risco ampliado para quem tem mais de 60 anos, especialmente em regiões urbanas e no interior, onde o calor intenso costuma vir acompanhado de baixa umidade e poluição.
Segundo especialistas, a combinação entre altas temperaturas, queimadas, períodos prolongados de seca e piora da qualidade do ar agrava doenças respiratórias e cardiovasculares já existentes. Crises de asma, bronquite e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) tornam-se mais frequentes, enquanto o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais também aumenta nos dias mais quentes.
Para Josie Velani Scaranari, médica clínica geral do check-up executivo do Sabin Diagnóstico e Saúde, o impacto das mudanças climáticas sobre os idosos exige atenção contínua. O envelhecimento reduz a capacidade do organismo de regular a temperatura corporal e de armazenar água, o que favorece quadros de desidratação, confusão mental e oscilações bruscas da pressão arterial. Em ondas de calor prolongadas, esses efeitos tendem a se intensificar de forma silenciosa.
Desidratação é um dos maiores riscos invisíveis
Entre os principais perigos do calor extremo para os idosos está a desidratação, muitas vezes subestimada por familiares e cuidadores. Com o avanço da idade, a sensação de sede diminui, o que faz com que muitos idosos não bebam líquidos em quantidade suficiente, mesmo em dias muito quentes.
A orientação é oferecer líquidos com frequência, independentemente da sensação de sede. Água, água de coco e chás leves ajudam a manter o equilíbrio hídrico. A atenção deve ser redobrada diante de sinais como sonolência excessiva, confusão mental, boca seca e redução do volume urinário, sintomas que podem indicar desidratação e demandam avaliação médica.
Ambiente adequado reduz impactos do calor
A adaptação do ambiente é outro ponto-chave para atravessar períodos de calor intenso com mais segurança. Manter o idoso em locais ventilados, frescos e sombreados reduz significativamente o risco de complicações. O uso de ventiladores e ar-condicionado, quando bem regulados, é recomendado, sem receio de consumo moderado, já que o conforto térmico é um fator de proteção à saúde.
Roupas leves, alimentação equilibrada e a redução de atividades ao ar livre nos horários mais quentes do dia também fazem parte das medidas preventivas. O cuidado diário inclui observar mudanças no comportamento, como irritabilidade, apatia ou desorientação, que podem ser sinais de que o organismo está sofrendo com o calor excessivo.
Mudanças climáticas e envelhecimento saudável
O impacto do aquecimento global sobre a saúde dos idosos reforça a necessidade de integrar prevenção, acompanhamento médico e atenção familiar. Exames periódicos e check-ups geriátricos ajudam a identificar precocemente alterações provocadas pelo estresse térmico, permitindo intervenções antes que o quadro se agrave.
A discussão vai além do cuidado individual. O envelhecimento da população acontece em paralelo ao avanço das mudanças climáticas, tornando o tema um desafio coletivo para sistemas de saúde, cidades e políticas públicas. Preparar ambientes, orientar cuidadores e promover hábitos preventivos passa a ser parte essencial da estratégia para garantir qualidade de vida na terceira idade em um país cada vez mais quente.
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