Economia • 09:46h • 28 de julho de 2025
Café, carne e aço: produtos de Assis e região estão entre os alvos da nova tarifa americana
Tarifaço dos EUA contra o Brasil entra na reta final e deve impactar consumidores dos dois países
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Lara Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1

Faltando menos de uma semana para a entrada em vigor do chamado “tarifaço” dos Estados Unidos sobre o Brasil, cresce a apreensão entre empresários, exportadores e especialistas em relações internacionais. A medida prevê uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros que entram no mercado americano, o que deve afetar diretamente setores como o agronegócio, siderurgia e mineração.
Para o advogado Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional, a sanção imposta por Trump tem pouco respaldo técnico e atinge diretamente a população. “Essa tarifa não será paga pelos produtores brasileiros, mas sim pelo consumidor americano. Um produto de US$ 1 passará a custar US$ 1,50 nos Estados Unidos, sendo esse valor extra uma arrecadação direta ao governo, mas bancada pelo cidadão americano”, explica.
Café em grão, carne, alumínio, celulose e derivados de minério de ferro estão entre os principais produtos brasileiros exportados aos EUA, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A nova tarifa tende a comprometer a competitividade desses itens no mercado americano, abrindo espaço para perdas de receita ou redirecionamento para outros destinos. Toledo alerta que o impacto será duplo: “Nos EUA, a indústria e o consumidor sofrem. No Brasil, a queda na exportação pode gerar desemprego, perdas financeiras e até desestímulo à produção”.
O especialista ainda aponta que o setor industrial norte-americano também pode sentir os efeitos da medida, já que depende de insumos brasileiros para manter sua produção. “Cerca de 40% do cobre consumido nos EUA, por exemplo, ainda é importado. Ao taxar produtos como o aço e o alumínio, o governo encarece sua própria indústria e fragiliza a competitividade local”, destaca.
Além disso, Daniel Toledo alerta para o risco geopolítico embutido no gesto de Trump. “Essa postura protecionista pode isolar os EUA no comércio internacional. Outros países podem ocupar esse espaço, e quando os americanos tentarem voltar a negociar, talvez os termos já não sejam os mesmos.” Do ponto de vista brasileiro, o tarifaço pode gerar efeitos colaterais como excedente de oferta interna e queda momentânea de preços, mas com riscos futuros de escassez e aumento nos custos ao consumidor.
Por fim, Toledo destaca que o embate comercial afeta a economia real, atingindo empresas, empregos e famílias, e não necessariamente as autoridades políticas visadas. “Essa conta será paga pelos brasileiros e americanos comuns, em nome de uma disputa de poder”, conclui.
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