Economia • 11:24h • 17 de agosto de 2025
Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024
Latas voltam do lixo à prateleira em 60 dias
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Divulgação/Recicla Latas

Em dias de jogo no Maracanã, no Rio de Janeiro, é comum ver torcedores aproveitando os últimos metros antes dos pontos de revista para beber cerveja ou refrigerante em latinhas, proibidas dentro do estádio. Antes mesmo que muitas dessas embalagens cheguem às lixeiras, um verdadeiro exército de catadores já está a postos para recolhê-las.
Esse trabalho, realizado majoritariamente por pessoas em situação de vulnerabilidade, ajuda o Brasil a manter, há 16 anos, índices de reciclagem de latas de alumínio acima de 96%. Em 2024, o percentual foi de 97,3%, segundo dados divulgados na quinta-feira (14) pela Recicla Latas, associação sem fins lucrativos mantida por fabricantes e recicladores do setor.
O país já chegou a superar os 100% de reaproveitamento, como em 2022, quando reciclou mais latas do que vendeu. Em 2023, o índice ficou em 99,6%. No ano passado, foram reaproveitadas 33,9 bilhões das 34,8 bilhões de latas comercializadas, que retornaram às prateleiras em até 60 dias após o descarte.
Segundo Renato Paquet, secretário-executivo da Recicla Latas, o sistema brasileiro de logística reversa — que obriga fabricantes a recolher resíduos de seus produtos, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) — se destaca pela consistência e pela articulação entre todos os elos da cadeia.
A presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Janaina Donas, ressalta que o Brasil é referência mundial em economia circular e que a reciclagem é estratégica para competitividade, segurança de suprimento e descarbonização do setor. Para o presidente da Associação Brasileira da Lata de Alumínio (Abralatas), Cátilo Cândido, trata-se também de uma atividade que gera renda em todas as regiões do país.
O Movimento Nacional dos Catadores estima que existam cerca de 800 mil trabalhadores na atividade. Em 2020, foi firmado um acordo entre Abal, Abralatas e o Ministério do Meio Ambiente prevendo investimentos para melhorar a renda e as condições de vida desses profissionais.
O presidente da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), Roberto Rocha, defende que, além de receber pelo material entregue às recicladoras, os catadores sejam remunerados pelo próprio serviço de coleta. Ele sugere que as prefeituras, em parceria com a iniciativa privada, custeiem essa atividade e que as políticas incluam também os catadores autônomos, não vinculados a cooperativas.
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