Ciência e Tecnologia • 11:50h • 06 de agosto de 2025
Brasil ganha suas primeiras canetas emagrecedoras de produção nacional
Com preços mais acessíveis, medicamentos Olire e Lirux da EMS chegam às farmácias e marcam nova fase no combate à obesidade e diabetes tipo 2
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Digital Trix | Foto: Divulgação

A partir desta segunda-feira, 4 de agosto, o Brasil passa a contar com suas primeiras canetas emagrecedoras de produção 100% nacional. A farmacêutica EMS lançou oficialmente os medicamentos Olire e Lirux, voltados ao tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2, respectivamente. Produzidos em território brasileiro, os produtos chegam ao mercado com preços a partir de R$ 307,26 — valor significativamente mais baixo em comparação com os similares importados, o que pode tornar o tratamento acessível para uma parcela maior da população.
Os lançamentos ocorrem em um cenário preocupante. Segundo projeções da World Obesity Federation, 41% dos brasileiros adultos estarão obesos até 2035. Para especialistas, como a endocrinologista Alessandra Rascovski, a mudança nos hábitos alimentares desde a década de 1970, aliada à rotina urbana e à limitação da prática de exercícios, tem impulsionado esse avanço. “As principais causas de morte no mundo estão ligadas ao sobrepeso. É uma condição que demanda ações coletivas e políticas públicas”, destaca.
Assim como os medicamentos importados Saxenda e Victoza, as novas canetas utilizam liraglutida como princípio ativo. A substância atua imitando o hormônio GLP-1, que regula a saciedade e a glicemia. Os produtos foram aprovados pela Anvisa e prometem ser alternativas seguras aos tratamentos já disponíveis.
Com a fabricação local, a EMS investiu mais de R$ 1 bilhão na construção de uma planta industrial em Hortolândia (SP), com capacidade inicial para 20 milhões de unidades anuais. A expectativa é alcançar meio milhão de canetas distribuídas até agosto de 2026.
O mercado nacional de medicamentos injetáveis para obesidade está em expansão e movimenta cerca de R$ 6 bilhões por ano. A chegada das canetas Olire e Lirux também antecipa a movimentação da EMS para 2025, quando a farmacêutica pretende lançar a primeira semaglutida brasileira, após o fim da patente da substância usada nos renomados Ozempic e Wegovy.
Para Iran Gonçalves Jr., diretor médico da EMS, esse é um marco na democratização da saúde: “Com tecnologia própria e padrão internacional, o Brasil dá um passo histórico no enfrentamento de doenças crônicas”.
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