Responsabilidade Social • 15:08h • 09 de agosto de 2025
APAEs continuam essenciais para alunos com maior comprometimento
Em artigo, Lucelmo Lacerda destaca o papel atual das APAEs no apoio a estudantes com alto grau de comprometimento e rebate a ideia de que são instituições ultrapassadas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da LC Comunicação | Foto: Divulgação

As APAEs continuam sendo parte fundamental do presente e do futuro da educação inclusiva no Brasil. Essa é a defesa do professor e pesquisador Lucelmo Lacerda, que refuta a ideia de que escolas e salas especializadas são “coisa do passado”.
Em artigo recente, ele destaca que eliminar essas instituições seria negligenciar os direitos das pessoas com deficiência com maior comprometimento funcional. Para Lacerda, há uma diferença clara entre promover inclusão e impor a todos o mesmo modelo, sem considerar suas necessidades específicas.
A comparação com países desenvolvidos é um dos pontos centrais do argumento. Nos Estados Unidos, 5,4% dos estudantes autistas estão em escolas especializadas. Na Finlândia, esse índice sobe para 8,6%. Ou seja, mesmo em nações com sistemas educacionais de referência, essas instituições continuam existindo e desempenhando um papel relevante. “Não existe nenhum país desenvolvido no planeta que tenha acabado com as escolas especializadas”, afirma o autor.
Lucelmo Lacerda: “Não existe país desenvolvido sem escolas especiais”
Com base em pesquisas disponíveis, Lacerda reconhece que a escola comum é o ambiente ideal para a maioria dos alunos com deficiência, pois favorece a aprendizagem, a convivência e a formação de vínculos com os colegas. No entanto, ele destaca que esse cenário não se aplica a todos. Alunos com deficiências mais severas, como autismo nível 3, múltiplas deficiências ou deficiência intelectual profunda, têm um aproveitamento muito maior em instituições especializadas, com estrutura adequada e forte integração terapêutica.
Segundo o especialista, além de garantir aprendizagem e socialização, essas escolas oferecem um caminho mais eficaz para a autonomia e a empregabilidade na vida adulta. “Nas escolas comuns, esses alunos muitas vezes não aprendem nem socializam. As APAEs, com sua proposta pedagógica e terapêutica integrada, oferecem a esses estudantes o que realmente precisam para se desenvolver”, conclui Lacerda. Assim, ao contrário do que se afirma em discursos generalizados, as escolas especializadas estão no horizonte da educação, e não em seu passado.
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