Saúde • 10:52h • 20 de julho de 2025
Anvisa aprova combinação inédita para tratar câncer de próstata avançado resistente à castração
Nova terapia com Talzenna e enzalutamida reduz em 55% o risco de progressão e morte em casos metastáticos com mutações no gene HRR
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Pfizer | Foto: Divulgação

A Anvisa aprovou uma combinação inovadora de medicamentos para o tratamento de um tipo agressivo e avançado de câncer de próstata. A nova terapia associa Talzenna (talazoparibe) ao tratamento padrão com enzalutamida, indicada para pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (mCRPC), com ou sem mutações no gene HRR, que prejudicam a capacidade de reparo celular.
Desenvolvido pela Pfizer, o novo protocolo representa um avanço importante na oncologia, especialmente para homens cujo tumor continua a evoluir mesmo após o bloqueio hormonal. Dados do estudo clínico de fase 3 TALAPRO-2 mostraram que a combinação dos medicamentos reduziu em 55% o risco de progressão da doença e de morte em pacientes com mutações genéticas HRR, quando comparado ao uso de enzalutamida com placebo.
O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país pode registrar 71.730 novos casos da doença em 2025. Cerca de 20% dos pacientes desenvolvem a forma metastática e resistente à castração, e entre eles, um em cada quatro apresenta mutações no gene HRR – cenário que agrava o prognóstico clínico.
Talzenna é um inibidor de enzimas PARP e já havia sido aprovado no Brasil em 2022 para câncer de mama com mutações BRCA. A combinação com enzalutamida agora amplia seu uso para um público com necessidades terapêuticas urgentes. O medicamento já foi aprovado em mais de 40 países, incluindo os Estados Unidos e membros da União Europeia.
De acordo com a Pfizer, a nova terapia reflete o compromisso da farmacêutica com o tratamento de tumores geniturinários, como os de próstata e rim.
Especialistas ressaltam que, na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas, o que reforça a importância do rastreamento com exames como o PSA e o toque retal, especialmente para homens a partir dos 50 anos, ou 45 no caso de fatores de risco, como obesidade. Homens com obesidade, por exemplo, podem ter diagnósticos tardios devido à baixa concentração de PSA e dificuldades técnicas no exame retal.
Entidades como a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomendam que homens busquem avaliação médica individualizada para discutir a realização dos testes preventivos e avaliem seus fatores de risco. Além disso, a manutenção de hábitos saudáveis pode contribuir na prevenção da doença.
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