Responsabilidade Social • 13:09h • 18 de junho de 2025
Além do 20 de novembro: calendário afrocentrado valoriza história e resistência
Consciência racial precisa ser construída o ano inteiro e não apenas em novembro
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

Embora o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, seja a data mais conhecida quando o assunto é a luta racial no Brasil, outras datas igualmente importantes marcam o calendário afrocentrado e reforçam que a valorização da cultura negra e o combate ao racismo devem acontecer durante todo o ano.
A iniciativa de divulgar esse calendário vem ganhando força com ações como a da Mempodera, organização social criada por três mulheres negras, que trabalha com o desenvolvimento de meninas por meio de oficinas gratuitas de wrestling, inglês e atividades formativas sobre saúde, política, gênero e questões raciais. Atualmente, mais de 85% da equipe da Mempodera é composta por pessoas pretas ou pardas.
Para a instituição, celebrar datas históricas é uma forma de fortalecer a autoestima das alunas e ampliar o conhecimento sobre a história e as lutas do povo negro. O calendário afrocentrado, desenvolvido pela Associação Nova Escola, destaca 12 momentos que merecem atenção e reflexão:
31 de janeiro – Nascimento de Nzinga Mbande (1582): Rainha que liderou a resistência contra a colonização portuguesa na atual Angola.
11 de fevereiro – Sequenciamento do coronavírus no Brasil (2020): Liderado por Jaqueline Goes de Jesus, o feito colocou o país na linha de frente da pesquisa global.
21 de março – Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial: Criado pela ONU em memória ao massacre de 1960, na África do Sul, durante o apartheid.
2 de abril – Criação do Partido dos Panteras Negras (1967): Movimento político que combateu a violência policial e defendeu os direitos da população negra nos Estados Unidos.
9 de maio – Morte de André Rebouças (1898): Engenheiro e abolicionista brasileiro que lutou pela educação de negros libertos.
21 de junho – Nascimento de Luís Gama (1830): Escravizado na infância, tornou-se advogado, jornalista e um dos maiores nomes da luta abolicionista no Brasil.
7 de julho – Fundação do Movimento Negro Unificado (1978): Marco histórico na luta contra o racismo no Brasil, com a leitura de um manifesto público em São Paulo.
26 de agosto – Dia Municipal de Combate ao Racismo no Esporte: Celebrado em diversas cidades para promover a inclusão e combater a discriminação nas práticas esportivas.
12 de setembro – Missão espacial de Mae Jemison (1992): Primeira mulher negra a ir ao espaço, representando um marco na ciência e na inclusão.
13 de outubro – Fundação do Teatro Experimental do Negro (1944): Criado por Abdias do Nascimento, o espaço foi pioneiro na valorização da cultura e dos artistas negros no Brasil.
1 de novembro – Fundação do bloco afro Ilê Aiyê (1974): Primeiro bloco afro do Brasil, referência na exaltação da cultura e da identidade negra em Salvador (BA).
2 de dezembro – Dia Nacional do Samba (1963): Data que celebra um dos gêneros musicais mais representativos da cultura negra brasileira.
Além dessas, outras datas importantes integram o calendário afrocentrado, reforçando que o enfrentamento ao racismo e a valorização da história negra devem ser constantes. “Conhecer e celebrar essas datas é uma forma de manter viva a memória e de fortalecer a luta por igualdade social e racial”, destaca Lidia Silva, gerente geral da Mempodera.
Com atuação nacional e projetos em áreas como o maior quilombo urbano da América Latina, no Maranhão, a Mempodera segue firme no compromisso de transformar realidades por meio do esporte, da educação e da valorização da cultura negra.
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