Responsabilidade Social • 10:50h • 17 de dezembro de 2025
Acordo de Paris completa 10 anos com alerta por metas insuficientes
ONU cobra ação para manter limite de 1,5 ºC e acelerar transição
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Arquivo Âncora1
O Acordo de Paris, principal tratado internacional para enfrentar a crise climática, completou dez anos na sexta-feira (12). Adotado durante a COP21, em 2015, o pacto global é considerado um marco histórico, mas a Organização das Nações Unidas alerta que o mundo ainda está longe de cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, patamar considerado decisivo para evitar impactos severos e potencialmente irreversíveis.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, as emissões globais precisam cair 43% até 2030 para que esse objetivo continue viável. Diante desse cenário, os países são pressionados a fortalecer suas Contribuições Nacionalmente Determinadas e a acelerar a transição para economias de baixo carbono.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que 2026 deve marcar o início de uma nova década de implementação das metas climáticas. Segundo ele, o Acordo de Paris tem apresentado resultados, mas a velocidade das ações ainda é insuficiente frente à gravidade da crise.
Guterres destacou que os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados e que o planeta enfrenta, em tempo real, tragédias humanas, destruição ambiental e crises econômicas, agravadas pela elevação contínua das temperaturas. Apesar disso, ressaltou que, graças ao Acordo de Paris, o mundo deixou de caminhar para um aquecimento superior a quatro graus Celsius, cenário considerado insustentável, e passou a uma trajetória mais próxima de dois vírgula cinco graus Celsius.
Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém, os países reconheceram de forma unânime a importância de conter o aquecimento global. Para Guterres, essa convergência gera esperança, mas precisa ser acompanhada de ações concretas, com um plano de aceleração que reduza a distância entre ambição, adaptação e financiamento.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que o tratado foi decisivo para destravar a ação climática em um momento crítico. Segundo ele, há uma década a resposta global estava paralisada, e o Acordo de Paris possibilitou uma nova dinâmica no combate às mudanças do clima. Embora a projeção de aquecimento tenha sido reduzida de cerca de quatro graus para dois vírgula cinco graus Celsius, ele ressaltou que ainda é fundamental evitar ultrapassar o limite de um vírgula cinco grau Celsius.
Christiana Figueres, que era secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima em 2015, avalia com cautela o cumprimento das metas estabelecidas. Para ela, mesmo com o acordo, já não é possível reverter totalmente a mudança climática, mas ainda é viável evitar seus piores impactos. Figueres defende a aceleração responsável da redução das emissões e a regeneração dos ecossistemas naturais, em alinhamento com os compromissos do tratado, para garantir um futuro mais seguro às próximas gerações.
Adotado por 195 países e em vigor desde 2016, o Acordo de Paris estabeleceu, pela primeira vez, um compromisso global e vinculante para conter o avanço da crise climática. O mecanismo funciona em ciclos de cinco anos, nos quais cada nação apresenta ou atualiza seus planos climáticos, que incluem metas de redução de emissões, estratégias de adaptação e diretrizes de longo prazo para conduzir as economias rumo à neutralidade de carbono.
A cooperação internacional é um dos pilares do acordo, especialmente no apoio a países em desenvolvimento, mais vulneráveis aos impactos climáticos e historicamente responsáveis por uma parcela menor das emissões acumuladas. O tratado reconhece a responsabilidade dos países desenvolvidos em liderar o financiamento climático, além de promover a transferência de tecnologia e a capacitação.
Para monitorar os avanços, o Acordo de Paris prevê um Quadro de Transparência Reforçado, que, desde 2024, obriga todas as partes a reportarem ações, resultados e apoios concedidos e recebidos. Essas informações alimentam o balanço global, instrumento que avalia o progresso coletivo em direção às metas de longo prazo.
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