Mundo • 19:27h • 16 de agosto de 2025
Acidentes e mortes evitáveis no Brasil: homens lideram as estatísticas; conheças as causas
Atividades de lazer como futebol, beach tennis e musculação, muitas vezes sem preparo físico ou orientação, são causas frequentes de problemas físicos
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Smartcom | Foto: Arquivo/Âncora1
Homens continuam sendo o grupo mais atingido por acidentes no país, seja no trânsito, no trabalho ou em atividades de lazer. Dados do Ministério da Saúde mostram que, a cada ano, mais de 10 mil brasileiros morrem em acidentes de trânsito envolvendo álcool e direção. O impacto é desigual: segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), 85% das hospitalizações e 89% das mortes nesses casos envolvem homens.
No ambiente de trabalho, o padrão se repete. Levantamento do Cerest de Curitiba, entre 2007 e 2025, indica que quase 60% dos acidentes ocupacionais ocorreram com homens de 20 a 49 anos. Para a terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk, com mais de 30 anos de experiência, a resistência à prevenção e ao cuidado com o corpo contribui para um cenário preocupante. “Muitos só procuram atendimento quando já estão afastados do trabalho ou limitados nas atividades básicas. Esse desgaste é fruto de anos de negligência com ergonomia e sobrecarga silenciosa”, aponta.
Consequências e impacto na qualidade de vida
Com o avanço das lesões, os prejuízos vão além da dor. Entre os desdobramentos mais comuns estão perda de produtividade, afastamento do trabalho, limitações no lazer, impacto na autoestima e até depressão. A especialista destaca que, com intervenção precoce, é possível recuperar movimentos, aliviar dores, adaptar ambientes e criar rotinas mais seguras, garantindo autonomia ao paciente.
O risco não se limita ao trânsito ou ao trabalho. Atividades recreativas como futebol, beach tennis e musculação, quando feitas sem preparo ou orientação, também figuram entre as causas frequentes de lesões. Em casa, o perigo é real: segundo o Ministério da Saúde, 25 brasileiros morrem por dia em acidentes domésticos.
O desafio do home office
O trabalho remoto também tem agravado problemas físicos. Posturas inadequadas, falta de mobiliário ergonômico e longas horas diante do computador resultam em comprometimentos funcionais. “Ajustes simples, como cadeiras com apoio lombar, pés apoiados no chão, monitor na altura dos olhos e pausas regulares, fazem toda a diferença”, orienta Syomara.
Cuidado como parte da masculinidade
Para a terapeuta, é necessário ressignificar o cuidado como um valor masculino. “Não se trata de fraqueza, mas de responsabilidade com o próprio corpo e com quem depende de nós”, defende. A Terapia Ocupacional, segundo ela, atua tanto na prevenção quanto na reabilitação, com foco na adaptação de ambientes, orientação postural e fortalecimento muscular. “O corpo masculino também precisa de cuidado. Não existe desempenho sem prevenção.”
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