Ciência e Tecnologia • 17:29h • 02 de agosto de 2025
Mounjaro reduz tumores de mama em 20% em estudo com camundongos obesos
Pesquisa da Universidade de Michigan testou a tirzepatida, presente no Mounjaro, e observou queda proporcional nos tumores conforme os animais perdiam peso
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Digital Trix | Foto: Divulgação

Uma nova pesquisa da Universidade de Michigan revelou que a tirzepatida — princípio ativo presente nos medicamentos Mounjaro e Zepbound foi capaz de reduzir em até 20% o volume de tumores de câncer de mama em camundongos, ao mesmo tempo em que promovia a perda de peso dos animais. O estudo foi apresentado na ENDO 2025, principal encontro global de endocrinologia, e reforça o crescente interesse da ciência sobre os efeitos além do controle glicêmico dos agonistas de GLP-1.
Durante 16 semanas, os pesquisadores testaram o fármaco em 16 camundongos jovens que haviam sido induzidos à obesidade. O tratamento resultou não apenas em emagrecimento significativo, mas também na diminuição proporcional dos tumores mamários. Para especialistas, os dados indicam que os efeitos da tirzepatida podem ir além da simples perda de peso. “É possível que o medicamento atue diretamente na modulação celular e no ambiente inflamatório associado à obesidade”, explica a endocrinologista Alessandra Rascovski.
No Brasil, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, com mais de 73 mil novos casos por ano segundo o Instituto Nacional de Câncer. A obesidade é apontada como um dos principais fatores de risco.
Embora o estudo da Universidade de Michigan ainda seja pré-clínico e realizado apenas em animais, ele reforça observações anteriores feitas em humanos. Pesquisas apresentadas na Asco 2024 e na JAMA mostraram redução no risco de diversos tipos de câncer, inclusive o de mama, entre usuários de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro.
Ainda que a tirzepatida não esteja aprovada para o tratamento de câncer, os resultados abrem caminho para novos estudos clínicos. “Estamos diante de uma linha de pesquisa promissora, que precisa ser tratada com responsabilidade científica.
Mas os indícios já são sólidos e animadores”, avalia o oncologista Daniel Gimenes. Ele ressalta que os efeitos anti-inflamatórios e metabólicos dos agonistas de GLP-1 podem ser um divisor de águas no combate à obesidade e aos seus desdobramentos.
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